Depois de mais uma reunião entre a Federação dos Sindicatos da Hotelaria e Turismo (Fesaht/CGTP-IN), a CP e a concessionária, no Ministério do Trabalho, a estrutura sindical afirma, em comunicado, que «a Risto Rail não assegurou o gozo de férias nos termos legais, não assegura o pagamento do salário de Junho e Julho e demais direitos aos 120 trabalhadores, alegando que a CP lhe deve dinheiro».
A CP denunciou o contrato de concessão do serviço de refeições com efeitos a 31 de Julho de 2021, e lançou um concurso que a Fesaht diz ter ficado «deserto, sem concorrentes». Por isso, a operadora lançou «novo concurso no passado dia 9», referiu a estrutura.
«Questionada pela Fesaht, a CP confirmou que o anterior concurso ficou deserto, que está a decorrer um novo concurso público para o serviço de refeições a bordo dos comboios Alfa Pendular e Intercidades» e «que a publicação no DR do dia 9 de Junho ainda vai ser revista porque há lapsos, não assegurando a clarificação do futuro dos 120 postos de trabalho», lê-se na mesma nota.
O novo concurso da CP para o serviço dos bares dos comboios reduz o número de trabalhadores em dois terços mas o valor pago diminui apenas um terço, denuncia a Fesaht. A pedido da Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (Fesaht/CGTP-IN), realizou-se hoje uma reunião no Ministério do Trabalho com a CP e a empresa concessionária do serviço de refeições dos comboios Alfa Pendular e Intercidades, a Risto Rail. Esta reunião foi pedida depois de a CP ter denunciado o contrato de concessão do serviço de refeições com efeitos a 31 de Julho, não ter aberto novo concurso para o serviço e continuar a impedir a retoma do serviço de refeições a bordo dos comboios. Questionada pela Feshat, a CP informou que está a decorrer um novo concurso público para o serviço de refeições a bordo dos comboios Alfa Pendular e Intercidades e que este novo concurso reduziu os serviços para apenas serviço de bar fixo, deixando de haver serviço ao lugar (mini-bar) e serviço de boas vindas na primeira classe (acolhimento e jornal gratuito). Além disso, a CP referiu que o novo caderno de encargos reduz o número de trabalhadores nos Alfa Pendular de três para um trabalhador por comboio. A estrutura sindical manifestou o seu desagrado por esta medida que considera «grave», uma vez que «põe em causa o direito à saúde e segurança do trabalho e as condições de trabalho» e é «um convite a dezenas de despedimentos». Por outro lado, a Feshat considera «estranho» que a CP reduza a contrapartida monetária em um terço (de 120 mil euros mensais para cerca de 90 mil euros mensais), mas reduza o número de trabalhadores em dois terços (de três para um trabalhador). Finalmente, quando questionada sobre a retoma da actividade do serviço de refeições a bordo, a CP desculpou-se em pareceres dos serviços de segurança e saúde no trabalho, informando que devem reabrir dia 3 de Maio, e que tal se deve às orientações da DGS, embora os restaurantes e bares já estejam abertos desde ontem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Trabalho|
CP paga mais por menos trabalhadores nos bares dos comboios
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Neste novo concurso, o caderno de encargos mantém a redução do número de trabalhadores nos comboios Alfa Pendular de três trabalhadores para um e a «redução drástica dos serviços, com a exclusão dos serviços de minibares ao lugar e de boas vindas na 1.ª classe», garante a estrutura.
A Federação «manifestou o seu desagrado e o seu protesto, pois o novo caderno de encargos põe em causa o direito à saúde e segurança no trabalho e demais condições de trabalho, põe em causa a qualidade de serviço e, fundamentalmente, é um convite a dezenas de despedimentos».
Com o novo processo, «a CP ainda oferece mais contrapartidas, passando a pagar 110 mil euros mensais a quem ficar com o serviço», diz a Fesaht.
«A Risto Rail e a CP estão a criar um clima de grande pressão e de insegurança quanto aos salários e ao futuro dos postos de trabalho dos 120 trabalhadores e o ministro das Infraestruturas continua a "assobiar para o lado" recusando o diálogo com a Fesaht e os seus sindicatos», lamenta a estrutura.
A Fesaht revelou ainda que a Risto Rail declarou que vai cumprir os formalismos legais, transmitindo para a CP os vínculos laborais dos 120 trabalhadores com efeitos a 1 de Agosto de 2021, tendo ficado agendada nova reunião no Ministério do Trabalho para dia 20 de Julho.
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