A decisão partiu do Conselho Nacional da CGTP-IN, reunido esta quinta-feira pela primeira vez desde o Congresso realizado em finais de Fevereiro, com o objectivo de defender os postos de trabalho e a totalidade dos salários, num momento em que se assiste a um «ataque a liberdades e garantias» e à «transferência de verbas e apoios para as grandes empresas, acentuando uma maior concentração de riqueza».
O surto epidémico de Covid-19 pôs a nu os resultados de «décadas de políticas de desinvestimento nos serviços públicos, de aprofundamento de um modelo de baixos salários, precariedade e ataque aos direitos dos trabalhadores», para além da «crónica falta de solidariedade da União Europeia».
«Foram os trabalhadores que estiveram na linha da frente deste combate e lá continuam, assegurando os serviços públicos, a produção e distribuição de bens, e os serviços essenciais, entre outras funções», pode ler-se na resolução aprovada.
Porém, as respostas políticas foram «desequilibradas», afirma a central sindical, uma vez que não garantiram os postos de trabalho, nem a totalidade dos rendimentos, enquanto «abriram as portas» aos grupos económicos para explorarem ainda mais os trabalhadores.
O Conselho Nacional dá como exemplo o lay-off simplificado, através do qual o Estado financiou todas as empresas, «mesmo as que não precisam», permitindo cortes salariais e despedimentos, e penalizando a Segurança Social.
A retirada de direitos que veio «à boleia» da situação epidémica, diz a CGTP-IN, traduziu-se na falta de condições de segurança e saúde no local de trabalho, na imposição de férias, na alteração unilateral de horários, mas também na supressão de suplementos remuneratórios, nos abusos na utilização do teletrabalho, e na acumulação do regime do lay-off com a actividade normal.
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