A Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans) comunicou à imprensa que tem «imensas reservas» quanto à municipalização da Carris, demonstrando também receio que a Câmara Municipal de Lisboa possa subconcessionar a empresa.
«Preocupa-nos esta questão. Levanta-nos muitas dúvidas. Até na questão dos meios financeiros. A Câmara de Lisboa já subconcessionou outras empresas precisamente com o argumento da falta de condições financeiras e não há uma garantia de que algo não aconteça no futuro», afirmou Manuel Leal, dirigente sindical.
Depois de ter suspendido o processo de concessão das empresas públicas de transporte iniciado pelo governo do PSD e do CDS-PP, o actual Governo do PS decidiu entregar a gestão da Carris à Câmara Municipal de Lisboa.
Manuel Leal afirmou que a Fectrans tem muitas reservas em relação à questão da municipalização, defendendo que esta «não vai contribuir para a criação de um sistema integrado de transportes de toda a Área Metropolitana de Lisboa».
O sindicalista defendeu que devia ser criado um sistema integrado de transportes de toda a Área Metropolitana de Lisboa, «com a construção de uma Autoridade Metropolitana de Transportes a ter competências de gestão e de organização do serviço público das diversas empresas».
Segundo Manuel Leal, a municipalização da Carris pode «comprometer essa visão do sistema de transportes em toda a área metropolitana, vai criar problemas na oferta de transportes na cidade e vai tornar apelativa a utilização do transporte privado».
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