«Os acontecimentos recentes na CP/EMEF e na SOFLUSA colocam novamente na ordem do dia os problemas estruturais destas empresas que resultam, em grande parte, da falta de trabalhadores, mas sem solução política por parte do Governo», lê-se na nota de impresa da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN).
A federação sindical refere-se às recentes supressões de travessias na Soflusa, que, nos últimos dias, a administração justificou com «constrangimentos laborais» num comunicado ao público. Uma «tentativa descarada» de implicar trabalhadores numa «situação há muito identificada», afirma a Fectrans.
Além disso, a estrutura sublinha que continuam a faltar trabalhadores na EMEF e na CP, o que consequentemente se reflecte na «falta de material circulante», referindo-se ao anúncio de hoje da administração da CP que vai cortar 60 comboios na linha de Sintra devido a «excesso de imobilizações».
Tendo em conta que não foi por falta de avisos, feitos ao longo de vários anos pelos representantes dos trabalhadores, a Fectrans questiona-se do porquê de não ter sido solucionada a falta de pessoal neste sector estratégico: «Será que querem criar as condições para justificar a retomada dos projectos privatizadores?».
«Se o problema não tiver solução rápida, à medida que vamos entrando pelo Verão, a situação agravar-se-á», alerta a Fectrans, que reitera que «a redução do défice» à custa do futuro do serviço público de transportes e em detrimento dos utentes não deve ser motivo de orgulho para ninguém.
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