De acordo com José Manuel Oliveira, coordenador da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN), que falava à agência Lusa na estação de comboios de Santa Apolónia, em Lisboa, a adesão à greve por parte dos trabalhadores «é muito significativa».
«Basta olharmos para o exemplo que temos aqui [Santa Apolónia]. Os comboios estão todos suprimidos até cerca das 9h30. Se houve dois ou três comboios desde a meia-noite são a excepção. A adesão à greve é muito grande», salientou o dirigente.
Segundo a Fectrans, a greve dos trabalhadores da Infraestruturas de Portugal está a ter um forte impacto na circulação ferroviária nesta manhã, com dezenas de comboios parados e que até ao fim do dia levará a centenas de surpressões. No sector rodoviário da IP, a adesão também é «muito forte».
O protesto, convocado por 14 estruturas sindicais, incluindo a Fectrans e a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS/CGTP-IN), tem como principal reivindicação o desbloquear do processo negocial em torno de um novo acordo colectivo.
Segundo a Fectrans, o documento entregue na terça-feira pelo Governo «não satisfaz» as reivindicações dos trabalhadores, que exigem a concretização do acordo colectivo de trabalho e um acordo sobre um regulamento de carreiras. Nomeadamente, com valorização salarial para 2019, definição dos horários de trabalho e o esbatimento das assimetrias entre os cerca de 3690 trabalhadores do grupo.
Outro ponto reivindicado pelos trabalhadores é que todos sejam abrangidos pelo acordo, algo que não está contemplado na proposta do Governo. Esta assume que ficam de fora cerca de 400 dos quadros de pessoal transitório.
«Queremos chegar a acordo e nesse contexto vamos ter uma reunião conjunta, dos 14 sindicatos, na próxima terça-feira para responder ao documento que recebemos ontem [terça-feira]», afirmou José Manuel Oliveira.
«É um documento muito extenso, mas que estamos a analisar. Vamos reunir na terça-feira, mas um aumento de 54 cêntimos no subsídio de alimentação dos trabalhadores não é suficiente», acrescentou
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