«O Governo deveria ter entregado a contraproposta desde o dia 1 de Setembro. Nós não abdicamos dos aumentos salariais e não vamos na conversa dos 648 milhões no Orçamento do Estado para 2019, quando o Governo deu, em 2018, 728 milhões para o fundo de resolução», afirmou ontem Ana Avoila.
As declarações aos jornalistas da coordenadora da Frente Comum foram dadas após uma reunião no Ministério das Finanças, em Lisboa, com a secretária de Estado da Administração e do Emprego Público, Maria de Fátima Fonseca, e com o secretário de Estado do Orçamento, João Leão.
«O Governo português tem de perceber que há dez anos não faz aumentos de salários e que deixou de ser uma referência também para o sector privado», acrescentou.
Deste modo, Ana Avoila recomendou ao Governo que guarde uma rubrica do Orçamento do Estado para aumentos salariais, caso contrário «os trabalhadores da administração pública não se vão conformar» e uma acção de luta nacional poderá surgir.
Em causa estão as negociações com o Governo para o Orçamento de Estado, para as quais os sindicatos já entregaram as suas propostas e que esperavam uma contraproposta da tutela até 1 de Setembro, o que não veio a acontecer.
Na proposta reivindicativa, aprovada em Julho, a Frente Comum exige em 2019 aumentos salariais de 4%, com um mínimo de 60 euros, de forma a compensar a perda de poder de compra de 18,9% na última década e o número cada vez maior de trabalhadores a receber o salário mínimo nacional.
Além disso, é também exigido o descongelamento das progressões em todas as carreiras, assim como a reposição das carreiras extintas em 2008 e a fixação do subsídio de refeição nos 6,50 euros.
O fim da precariedade, a revisão do sistema de avaliação de desempenho, o fim da contratação de serviços externos e o reforço do número de funcionários para assegurar a melhoria dos serviços são outras das reivindicações desta estrutura sindical, que já marcou um plenário de sindicalistas para o próximo dia 25.
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