|Desemprego

Futuro dos trabalhadores da Dielmar em suspenso

A assembleia de credores decidiu o encerramento definitivo da Dielmar e deu cinco dias aos credores para se pronunciarem sobre uma proposta de compra no valor de 250 mil euros, mas ainda há salários por pagar.

Créditos / SIC Notícias

A assembleia de credores que decorreu no Tribunal do Fundão determinou, 100 dias após ter declarado a insolvência da empresa de confecções Dielmar em Alcains, concelho de Castelo Branco, avançar com o seu encerramento definitivo e colocar de imediato os cerca de 240 trabalhadores no desemprego. Contudo, o administrador da insolvência informou os credores da chegada, na terça-feira, de uma proposta da sociedade Valérius, no valor total de 250 mil euros.

A Dielmar, uma das maiores empregadoras da Beira Baixa, aproveitou a Covid-19 para beneficiar do lay-off, mas acabou a pedir insolvência. A pandemia e as restrições adoptadas foram o argumento utilizado para justificar a decisão tomada em Julho, e que, segundo afirmou o ministro da Economia, pode dever-se a uma gestão «muito pouco clara» da empresa.

Apesar disso, a fábrica de confecções beneficiou de sucessivos investimentos estatais na ordem dos oito milhões de euros, dinheiro de que Pedro Siza Vieira se mostrou pronto a abdicar.  Segundo disse na altura o ministro, «não vale a pena pôr dinheiro fresco em cima de uma empresa que não tem salvação», apesar das competências e qualificações dos trabalhadores da Dielmar, e do facto deste concelho do Interior não oferecer alternativas de emprego. 

De acordo com a informação divulgada ontem, a sociedade Valérius compromete-se a reabrir a empresa e a ir buscar 200 trabalhadores, de uma forma faseada e após uma formação teórica de um mês e outra em contexto de trabalho, resultante de uma parceria entre esta sociedade e o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), o que significa que parte dos trabalhadores irão para o desemprego. 

Ainda assim, a proposta do grupo de Barcelos não contempla os salários de Outubro. O Sindicato dos Trabalhadores do Sector Têxtil da Beira Baixa (STBB/CGTP-IN) lembra que o Ministério do Trabalho se comprometeu a encontrar soluções para o pagamento dos ordenados, salientando que ainda há tempo de arranjar uma solução para que ninguém vá para o desemprego com salários em dívida. 

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