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Trabalhadores da Dielmar manifestam-se pelos salários de Outubro

Os trabalhadores da Dielmar vão concentrar-se na segunda-feira, à porta da Câmara de Castelo Branco, e, na terça-feira, em frente ao Tribunal do Fundão, para exigir o pagamento dos salários de Outubro.

Créditos / SIC Notícias

Numa nota enviada à agência Lusa, o Sindicato dos Trabalhadores do Sector Têxtil da Beira Baixa (STBB/CGTP-IN), refere que «é necessário assegurar o pagamento dos salários do mês de Outubro às trabalhadoras».

Neste âmbito, informa que vão realizar uma concentração em Castelo Branco, na segunda-feira, às 15h, em frente ao Município, e outra na terça-feira, às 14, em frente ao Tribunal do Fundão, onde irá decorrer a assembleia de credores.

«O facto de não nos deslocarmos a Lisboa, como tínhamos dito», resulta da circunstância de, «após as diligências e apelos do Sindicato Têxtil/CGTP-IN, o Ministério da Economia nos ter contactado, dando conta que continua a trabalhar numa solução, não nos indicando, contudo, de que solução se trata», lê-se na nota.

O STBB quer deixar «muito claro» que, na assembleia de credores prevista para terça-feira, «deve aparecer uma solução que garanta a rápida retoma da laboração da unidade industrial da Dielmar e a manutenção dos postos de trabalho».

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Governo «deve impedir» encerramento da Dielmar

O PCP vai questionar o Executivo e o Parlamento Europeu sobre esta empresa do sector têxtil, que aproveitou as férias dos trabalhadores para anunciar que já pediu insolvência. 

Créditos / Portugal Fashion

São mais de 300 os trabalhadores da emblemática fábrica de Alcains, no distrito de Castelo Branco, que têm o futuro ameaçado. Esta segunda-feira, a Dielmar, uma das maiores empregadoras da Beira Baixa que nos últimos meses veio beneficiando do lay-off, anunciou que tinha pedido insolvência no final de Julho.

A pandemia e as restrições adoptadas foram o argumento utilizado para justificar uma decisão que pode dever-se afinal a uma gestão «muito pouco clara», nas palavras do ministro da Economia. Isto apesar dos sucessivos investimentos estatais na empresa, na ordem dos oito milhões de euros, e dos quais Pedro Siza Vieira parece estar pronto a abdicar. 

Segundo o ministro, «não vale a pena pôr dinheiro fresco em cima de uma empresa que não tem salvação». Os comunistas refutam a afirmação e dizem mesmo que o Governo, tendo em conta a importância económica e social da empresa, «deve desencadear todos os instrumentos ao seu alcance para impedir o seu encerramento, para assegurar os postos de trabalho e assegurar o cumprimento dos direitos dos trabalhadores».

Até porque, frisam, «no actual quadro de desemprego, Castelo Branco não oferece alternativas de emprego», mas também porque «seria um crime desperdiçar as altas competências e qualificações das trabalhadoras e trabalhadores da Dielmar».

O PCP informa que vai questionar o Governo e o Parlamento Europeu sobre a situação, salientando que a unidade dos trabalhadores «é o caminho para salvaguardar» direitos e postos de trabalho. Ao mesmo tempo, alerta que também a Câmara Municipal de Castelo Branco «tem o dever de contribuir para se encontrar uma solução para a continuidade da empresa».

Fundada em 1965, a Dielmar, que já foi apontada como um caso de sucesso do sector têxtil, tem uma fábrica em Alcains e 11 lojas próprias.

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«Para isso é necessário que os credores e as entidades competentes, e muito particularmente o Ministério da Economia e o Governo, sejam concretos e rápidos e assegurem o pagamento do salário do mês de Outubro e dos meses subsequentes», sustentam.

Fundada em 1965, em Alcains, por quatro alfaiates que uniram os seus conhecimentos, a Dielmar, que empregava mais de 300 trabalhadores, pediu a insolvência em Agosto, ao fim de 56 anos de actividade, justificando-se com a pandemia e as restrições adoptadas, quando a decisão se pode dever afinal a uma gestão «muito pouco clara», segundo afirmou então o ministro da Economia. 

A assembleia de credores da empresa de confecções Dielmar volta a reunir no dia 26, depois de ter decidido dar mais 15 dias para que as propostas e manifestações de interesse pudessem ser consolidadas. A decisão foi tomada na sessão que teve lugar no dia 6 de Outubro, no Tribunal do Fundão, durante a qual foram colocadas em cima da mesa a possibilidade de avançar para o encerramento definitivo e liquidação dos bens ou, em contrapartida, optar pelo adiamento de uma decisão.


Com agência Lusa

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