Francisco Duarte, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN), revela ao AbrilAbril que a greve teve uma adesão positiva, «com centenas de lojas encerradas», e que centenas de trabalhadores se mobilizaram para uma concentração realizada esta manhã, na sede da empresa, em Santo Amaro de Oeiras.
Na concentração foi aprovada e entregue à empresa uma resolução com as reivindicações dos trabalhadores, que se queixam da «ausência de resposta», motivo pelo qual desencadearam várias acções de protesto ao longo deste ano.
«Não admitimos que hajam insultos a trabalhadores com capacidades de trabalho reduzidas»
resolução entregue pelos trabalhadores
Segundo um comunicado do CESP, os trabalhadores exigem aumentos salariais para todos e o fim da discriminação salarial, denunciando que, apesar dos resultados positivos, desde 2010 que «as actualizações salariais decididas pela empresa não acompanham a inflação ou sequer os aumentos do salário mínimo nacional», assim como continuam a existir diferenças salariais entre trabalhadores da mesma categoria e antiguidade, que nalguns casos chegam aos 100 euros.
São ainda defendidos «horários humanizados que permitam a conciliação da vida profissional e pessoal dos trabalhadores». A estrutura sindical denuncia a falta de trabalhadores, «sobrecarregando os que neste momento lá se encontram». O comunicado acrescenta que chegaram informações ao sindicato que indicam «que a empresa está a implementar novos horários de abertura das lojas» que pode prever o funcionamento entre as 7 e as 24 horas.
«Não admitimos represálias por exercermos o direito à greve, à conciliação da vida familiar com a vida profissional e a condições de trabalho dignas»
resolução entregue pelos trabalhadores
Os trabalhadores reivindicam ainda a reclassificação das categorias dos operadores de armazém, dos sub-encarregados e das terceiras chefias, no sentido da sua valorização, e queixam-se de «cargas de trabalho brutais» e da degradação de equipamento.
Outra das exigências é «o fim do assédio moral», afirmando o sindicato que, após várias denúncias, os infractores continuam impunes, mantendo comportamentos «que levam ao desgaste físico e mental dos trabalhadores», dando exemplos como «transferências à margem da lei» ou práticas de ameaça, pressão e intimidação.
A negociação, no âmbito da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), da revisão do contrato colectivo de trabalho da Grande Distribuição, foi mais uma reivindicação expressa na resolução.
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