Desde Dezembro de 2018 em protesto contra o tratamento discriminatório de que são alvo, os enfermeiros do Agrupamento de Centros de Saúde Almada-Seixal (ACES AS) reivindicam que o atendimento complementar, que é realizado aos fins-de-semana e feriados, seja remunerado como trabalho extraordinário, tal como acontece com os restantes profissionais deste agrupamento e nos restantes ACES da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT).
Desta forma e tal como acontece nos restantes ACES, os enfermeiros pretendem que o seu período normal de trabalho semanal – 35 horas – seja dedicado exclusivamente à actividade assistencial aos seus utentes, afirmaram em nota.
Em reunião do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP/CGTP-IN), realizada a 17 de Maio, com a direcção da ARSLVT, o presidente assumiu que esta situação era incompreensível, dado que era única, e que seria ultrapassada.
Contudo, o sindicato afirmou que o novo director do ACES AS assumiu uma posição de retrocesso em relação ao seu antecessor, o que agravou a indignação dos enfermeiros.
Perante o arrastamento desta situação, que classificam como «incoerente, injusta e discriminatória» e que consideram que penaliza sobretudo os utentes, os enfermeiros decidiram denunciar e manifestar publicamente a sua indignação, exigindo que a situação seja resolvida de imediato.
Intransigência mantém-se
Os enfermeiros concentraram-se hoje frente à sede do ACES, no Centro de Saúde de Amora (concelho do Seixal), tendo informado e convidado os utentes a marcarem presença, contra a discriminação e penalização a que também têm estado sujeitos, por estes responsáveis institucionais.
Em declarações ao AbrilAbril, Zoraima Cruz Prado, dirigente nacional do SEP, mencionou a existência de uma adesão expressiva de enfermeiros de várias unidades, nomeadamente de Amora, Feijó e Pinhal de Frades, o que resultou numa «excelente concentração».
A dirigente acrescentou que foram recebidos pelo director executivo, que, no entanto, não apresentou nenhuma solução. «Não concretizou qualquer tipo de aproximação aos enfermeiros», sendo que o sindicato considera que uma atitude nesse sentido poderia ter permitido a suspensão do pré-aviso. «A intransigência do director não nos deu condições para o fazer, visto que não podemos aceitar uma situação de total injustiça em relação às outras estruturas da região».
Informou também que a comissão de utentes esteve presente e manifestou a sua preocupação e solidariedade para com os enfermeiros.
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