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Greve na Aptiv quer acabar com as semanas de seis dias

2023 foi o melhor ano de sempre para a multinacional norte-americana Aptiv, que opera em Braga, mas nem por isso os trabalhadores sentiram qualquer alteração ao panorama de salários de miséria. Greve convocada para 29 de Março.

Créditos / SITE NORTE

Os trabalhadores da Aptiv, em Braga, vão paralisar no próximo dia 29 de Março, sexta-feira, em protesto pela aplicação das medidas contidas no caderno reivindicativo. Entre as principais exigências, destaca-se o aumento salarial mínimo de 200 euros, o pagamento de 25% de subsídio de turno aos trabalhadores que laborem em turnos rotativos, a implementação de diuturnidades para todos e a redução dos horários de trabalho.

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Aptiv contabiliza horas nocturnas após reclamação

A empresa não incluiu as horas nocturnas nos salários do mês de Abril para o cálculo do lay-off. Quando o sindicato reclamou, corrigiu o erro e atribuiu as culpas à informática.

Créditos / cgtp.pt

«O momento que vivemos por via da pandemia da Covid-19 e a forma como está a afectar o sector em que os trabalhadores da Aptiv se incluem, não é sinónimo de aproveitamentos, retirada de direitos ou rendimentos dos trabalhadores», afirma o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Norte (SITE Norte/CGTP-IN) em comunicado.

Depois de não ter incluído as horas nocturnas na retribuição do mês de Abril para o cálculo do lay-off, a administração da Aptiv corrigiu o erro após queixa do sindicato, alegando um erro informático.

O SITE Norte afirma que a Aptiv tem condições financeiras para garantir o pagamento integral dos salários dos trabalhadores, não necessitando de recorrer a injecção de capital do Estado, como está a fazer.

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A realidade na empresa é completamente alheia ao que é, nos dias de hoje, apresentado como o próximo passo, o mais moderno, na melhoria das condições dos trabalhadores. Na Aptiv, os trabalhadores que exerçam as suas funções no horário nocturno são obrigados a trabalhar semanas de seis dias, outro dos motivos que justifica esta acção de luta.

Apesar dos excelentes resultados anunciados pela multinacional (norte-americana, uma das maiores no sector de peças de automóveis) em 2023, a realidade na unidade de Braga é uma de grande descontentamento entre os trabalhadores. Prevalece a «discriminação geracional dos direitos, os salários baixos, a precariedade laboral e os horários desregulados», refere comunicado do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Norte (SITE Norte/CGTP-IN) enviado ao AbrilAbril.

A disparidade entre os resultados positivos da empresa no ano passado, os melhores de sempre, e as condições laborais que os trabalhadores enfrentam todos os dias é uma realidade que, cada vez mais, se vem generalizando no panorama das grandes empresas a operar em Portugal. Na Aptiv, garante o SITE Norte, essa discrepância terá resposta à altura.

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