São apenas três os motivos que levam os trabalhadores da Euroresinas, empresa de Sines, a avançar com a greve que teve início hoje, 27 de Outubro, e que se prolongará até ao dia 11 de Novembro. Contudo, estes três motivos são de enorme relevância para a vida destes profissionais.
Os trabalhadores desta empresa do grupo Sonae cumprem hoje o primeiro de dez dias de greve por aumentos salariais. Rejeitam a proposta da administração, de 83 cêntimos por dia, e exigem, no mínimo, 1,30€. Esta é a segunda greve no espaço de poucos meses, porque na Euroresinas «nada se alcança sem lutar», afiança Jorge Magrinho, trabalhador há 20 anos da Euroresinas – Indústrias Químicas, em Sines, em declarações ao AbrilAbril. «Em Novembro, queixaram-se que a greve tinha gerado milhares de prejuízos. Então, preferem ter prejuízos a acrescentar 50 cêntimos ao aumento dos salários?», indaga o também dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Industrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul (SITE Sul/CGTP-IN). A Euroresinas, dos herdeiros de Belmiro de Azevedo, propõe um aumento de 25 euros mensais, ou seja, 83 cêntimos por dia. Os trabalhadores, que têm vindo a perder poder de compra, não aceitam menos de 40 euros de aumento, que é o valor da subida do salário mínimo nacional, ou seja, cerca de mais 1,30 euro diário. A direcção da Euroresinas, em Sines, não renovou o lay-off e aceitou negociar o pagamento na íntegra dos salários de Maio e a reposição dos dias de férias roubados, anunciou o SITE Sul. Num plenário, realizado dia 4 de Junho, os trabalhadores decidiram não avançar para a greve, devido ao recuo da empresa do grupo Sonae Arauco relativamente ao prolongamento do lay-off com cortes salariais. Na negociação do caderno reivindicativo, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul (SITE Sul/CGTP-IN) vai apresentar propostas para encontrar uma solução no que respeita ao corte dos salários que aconteceu no mês de Maio. Os dias de férias retirados com a promessa de que não haveria lay-off também serão discutidos nas negociações do caderno reivindicativo, refere o sindicato, para além de ser proposto o pleno gozo dos dias de férias. O SITE Sul lembrou que a unidade dos trabalhadores da Euroresinas tornou este recuo possível, designadamente a decisão de avançar para a greve caso a empresa renovasse o lay-off com cortes nos rendimentos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «A empresa tem todas as condições para o fazer», admite Jorge Magrinho. «Então, se as pequenas e médias empresas suportam um aumento de 40 euros, a Euroresinas, que movimenta milhões e milhões de euros, não consegue?», reforça. Entre as matérias que constam do caderno reivindicativo, encabeçado pela exigência do aumento dos salários em 90 euros, está a redução do horário de trabalho, de 38 para 35 horas, o aumento do subsídio de transporte e o fim da discriminação no seguro de saúde, em que o dos trabalhadores é inferior ao das chefias. A greve que hoje se iniciou, paralisando a produção, decorre até 13 de Janeiro. Se as reivindicações dos trabalhadores não forem atendidas, Jorge Magrinho afirma que o remédio é avançar com outras formas de luta, seguindo a tradição das duas últimas décadas. «Nós não queremos fazer greve, mas a empresa força-nos a isso», regista o dirigente sindical, lembrando conquistas alcançadas, como a lavagem da roupa contaminada na lavandaria da empresa, ou, mais recentemente, o fim do trabalho com vínculos precários. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Trabalho|
Produção parada na Euroresinas por 50 cêntimos
Trabalho|
Travado lay-off com cortes salariais na Euroresinas
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Os objectivos desta acção de luta são explanados num comunicado da União dos Sindicatos de Setúbal (USS/CGTP-IN), a que o AbrilAbril teve acesso. Os trabalhadores querem um «ajuste da grelha salarial», para que possam ter uma progressão de carreira mais rápida, «através de aumentos justos nos níveis salariais, ao invés da situação actual».
»Todos os trabalhadores com antiguidade igual ou superior a 10 anos têm de ser integrados no nível 13 da grelha. As categorias profissionais a jusante, e a montante, do nível 13 tem de ter esse mesmo ajuste».
Os trabalhadores exigem também, da Euroresinas (empresa do grupo Sonae, que teve lucros de 118 milhões de euros nos primeiros seis meses de 2022) o aumento extraordinário dos salários e um aumento de 40 euros mensais no prémio de assiduidade, assim como a atribuição dos prémios de forma igual para todos os trabalhadores, em todos os sectores.
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