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Hotelaria do Norte tem 80 mil trabalhadores com salários congelados

O alerta foi dado, esta segunda-feira, pelo Sindicato da Hotelaria do Norte, que afirma haver na região mais de 80 mil trabalhadores do sector com salários congelados e a laborar em más condições.

Sector da hotelaria continua a crescer sem se reflectir em melhorias para os trabalhadores
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À margem de uma reunião com deputados do PCP, realizada ontem de manhã no Porto, Francisco Figueiredo, dirigente do Sindicato da Hotelaria do Norte (CGTP-IN), afirmou haver «cerca de 80 a 90 mil trabalhadores (...) com os salários por actualizar» na região.

Em declarações aos jornalistas, apontou que, entre os trabalhadores com salários congelados, estão os «70 mil trabalhadores da hotelaria, restaurantes, cafés e pastelarias», «mais dez mil trabalhadores das cantinas» e «cerca de mil nos casinos de Espinho, Chaves e Póvoa de Varzim».

Além destes, há ainda, segundo o sindicato, os trabalhadores dos clubes de futebol com os salários congelados, «alguns desde 2010 e 2011», os sócios na região Norte da Associação dos Hotéis de Portugal, que também «não negoceiam os salários desde 2009», e ainda o «grupo Pestana Pousadas de Portugal».

Para o dirigente sindical, a solução para estes mais de 80 mil trabalhadores passa por «melhorar os salários»; por «horários fixos», que podem ser rotativos mas «previsíveis e confortáveis do ponto de vista da conciliação da actividade profissional com a vida familiar»; pelo direito a «dois dias de descanso semanal», e pelo «trabalho devidamente remunerado, incluindo os feriados», lê-se no portal da TSF.

Francisco Figueiredo referiu-se também às más condições de trabalho, tendo afirmado que é «urgente acabar com elas», pois, «para além de porem em causa a qualidade do emprego, põem em causa também a qualidade do serviço do sector».

PCP quer ver contratação colectiva debatida na AR

Jorge Machado, deputado do PCP que participou na reunião com o Sindicato da Hotelaria do Norte, acusou o PS, o PSD e o CDS-PP de serem responsáveis por esta situação.

Com as sucessivas alterações à legislação laboral feitas por estes partidos, mudaram-se as normas da contratação colectiva, provocando a sua «estagnação» e «afundamento», criticou o deputado.

O PCP quer que o tema da contratação colectiva seja discutido no Parlamento e Jorge Machado recordou que o seu grupo parlamentar já requereu um agendamento potestativo (ferramenta que permite a uma bancada forçar a discussão de um tema) para dia 14 de Março.

«O princípio de tratamento mais favorável e o fim da caducidade são os dois aspectos centrais que vão ser discutidos», disse o deputado comunista, que também quer ver discutidas a regulamentação dos horários de trabalho e as questões da adaptabilidade.

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