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Jovens trabalhadores de Lisboa organizados na Interjovem lançam carta reivindicativa

Aprovada na XI Conferência Distrital de Lisboa da Interjovem, os jovens trabalhadores divulgaram uma carta reivindicativa na qual, para além de fazerem uma análise da situação política de social, apontam as suas principais reivindicações.

«Mais do que nunca, é necessário um novo rumo para o nosso país», pode ler-se no ponto introdutório da carta reivindicativa aprovada no passado dia 7 de Novembro na Conferência Distrital de Lisboa da Interjovem/CGTP-IN, momento que reuniu os jovens trabalhadores de vários sectores e serviu para avaliar o actual momento da vida política nacional e aprovar as linhas de trabalho para o futuro. 

Tendo como ponto de partida a «contínua e prolongada ofensiva do capital contra os seus direitos», a carta reivindicativa considera que tal «não está desligado, muito pelo contrário, da acção de sucessivos governos que, compactuando com os interesses do patronato, tem criado as condições necessárias para o seu desenvolvimento e aprofundamento». 

Com o lema «Com a Força da Juventude, Sindicalizar e Lutar por Melhores Condições de Trabalho», o documento e os jovens presentes entendem que essa é a base para a intensificação da acção reivindicativa e a intervenção nos locais de trabalho, como forma de «travar para obrigar o Governo e o patronato». 

O exigido com a carta segue as linhas gerais da política reivindicativa da CGTP-IN, ou seja, é reivindicado o aumento geral e significativo dos salários; o fim da precariedade; a redução e regulamentação dos horários de trabalho; e a defesa e reforço dos serviços públicos e funções sociais do Estado.

Relativamente aos salários, é considerado que «à medida que se vão agravando as desigualdades sociais, à medida que os ricos vão ficando cada vez mais ricos, os jovens trabalhadores vêem-se cada vez mais numa situação de empobrecimento». Neste sentido, avaliando que «é necessário dinamizar a economia através do mercado interno dependente da capacidade aquisitiva dos trabalhadores», os jovens exigem o aumento geral dos salários em pelo menos 15%, não inferior a 150 euros; a fixação do Salário Mínimo Nacional nos 1000 euros em 2025; e a revogação das normas gravosas da legislação laboral.

Sobre a precariedade, assumindo que esta é «é um ataque ao direito constitucional ao trabalho com direitos e à segurança no emprego» e «um flagelo sócio-económico» dados os impactos na vida de quem trabalha, é exigida a regularização dos vínculos precários dos trabalhadores que ocupam postos de trabalho permanentes em todos os sectores e a aplicação do vínculo público de nomeação na Administração Pública, assim como um sistema de fiscalização que assegure uma actuação contínua e valorização das carreiras profissionais em conjugação com a obtenção de qualificações.

A avaliação feita, estendendo-se aos horários de trabalho, de forma a «devolver à juventude trabalhadora o tempo para ser jovem», é afirmado a necessidade de reforçar o combate à ofensiva que procura o prolongamento do período normal de trabalho por via de horas não pagas, desregulação dos horários e informalidades. Os jovens reiteram a necessidade de instituição do período normal de trabalho máximo de 35 horas semanais para todos; a necessidade de revogação de todos os regimes de adaptabilidade; ou a limitação dos regimes de trabalho nocturno, trabalho por turnos e laboração contínua a actividades caracterizadas pela necessidade de assegurar a continuidade do serviço ou produção.

Também o Estado e o papel que este deve assumir são questões em que a carta reivindica se foca. «Sucessivos governos do PS, PSD e CDS-PP, alinhados com os interesses dos grandes grupos económicos e aproveitando as políticas da UE para justificar as suas opções políticas, têm transferido crescentes recurso necessários ao bom funcionamento dos serviços de forma a aprofundar a sua dependência e abrindo espaço ao negócio privado, contrário aos interesses públicos», pode ler-se no documento. 

Para os jovens sindicalistas, é urgente salvar o Serviço Nacional de Saúde; valorizar a Escola Pública, gratuita, democrática e de qualidade; garantir o Sistema Público de Segurança Social Universal e Solidário; e concretizar o Direito à Habitação através da definição de políticas e investimento público. 
 

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