Apesar de ter anunciado que não voltaria a sentar-se à mesa com o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN), o Lidl recuou e reuniu com a estrutura sindical no passado mês de Março. Porém, «não quis discutir/negociar o caderno reivindicativo dos trabalhadores para 2018», denuncia o CESP num comunicado.
«Sobre o aumento dos salários, o Lidl afirmou não estar disponível para aumentar os salários dos trabalhadores por ter já "dado" bastantes coisas [...] no ano passado», lê-se no texto.
Além desta reivindicação, o sindicato lembra que os trabalhadores continuam sem resposta perante os «constantes erros no processamento dos salários» e a «desregulação dos horários de trabalho, que afecta em particular os trabalhadores a tempo parcial».
O respeito pelas normas de organização dos horários de trabalho e pelos direitos consagrados no contrato colectivo de trabalho (CCT) são alguns dos pontos do caderno reivindicativo, a que se junta o fim da «pressão, repressão e assédio».
Os trabalhadores lutam ainda pelo encerramento das lojas no Dia do Trabalhador (1.º de Maio) e pela negociação do CCT sem redução do trabalho suplementar e sem banco de horas.
Lidl «atropela direitos»
Esta segunda-feira, 30 de Abril, os trabalhadores organizam uma concentração à porta da sede do Lidl, no Linhó, a partir das 10h30, na presença do secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos. No 1.º de Maio, Dia do Trabalhador, participam nas acções previstas pela Intersindical em vários distritos.
No mesmo texto em que dá conta das reivindicações, o CESP refere que, «conhecedor do descontentamento dos trabalhadores e da forte mobilização» para as paralisações que foram decididas em plenários, o Lidl «tomou, ilegalmente, a decisão de admitir trabalhadores de empresas de trabalho temporário, por 3 e 15 dias» para substituir os trabalhadores em greve.
«Fê-lo consciente que atropelava os direitos dos trabalhadores e permitiu que estivessem ao seu serviço nos diferentes entrepostos, com maior relevância para o Linhó, trabalhadores sem contrato de trabalho nem formação profissional (um deles provocou mesmo um acidente de trabalho), obrigados a levar os seus próprios equipamentos de protecção individual (nomeadamente botas de biqueira de aço)», acrescenta.
O sindicato refere ainda que denunciou «imediatamente» esta situação à ACT, mas que até agora nada foi feito para repor a legalidade.
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