Em comunicado, o Conselho Nacional da FNAM, que esteve reunido este fim-de-semana em Coimbra, responsabiliza o Ministério da Saúde pela greve, apontando que, quatro anos depois da tomada de posse do actual Governo, este continua a recusar negociar as reivindicações do sector.
«O descontentamento entre os profissionais médicos atinge proporções deletérias e é transversal a todos os sectores de trabalho - público, privado ou social - e, por isso, a FNAM apela aos colegas que manifestem a sua insatisfação aderindo à greve nacional e concentração no dia 3 de Julho de 2019», lê-se no documento publicado na página da federação.
Segundo a FNAM, a substituição do ministro da Saúde, em Outubro de 2018, pela actual ministra Marta Temido, «nada acrescentou» à situação, continuando a grande parte das reivindicações por responder e «mantendo-se a postura de empatar e diferir a tomada de decisões» que permitiriam o reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e o exercício da profissão de médico com qualidade.
Nomeadamente, a federação destaca que o ministério continua a recusar negociar o limite de 12 horas de trabalho em serviço de urgência, em vez das actuais 18 horas semanais, o reajustamento das listas de utentes dos médicos de família, com vista à diminuição progressiva dos actuais 1900 para 1550, bem como «a criação de um estatuto profissional de desgaste rápido, com a diminuição da idade da reforma».
Outras reivindicações por responder passam pela revisão das carreiras e grelhas salariais, a abertura imediata dos vários concursos, o respeito pela legislação laboral médica, pondo um fim à «violação sistemática do descanso compensatório e dos horários de trabalho», assim como a extinção dos médicos «indiferenciados», através da revisão urgente do Internato Médico.
No comunicado, a FNAM responsabiliza ainda o Ministério da Saúde de promover a fuga dos médicos para o sistema privado e para o estrangeiro, a degradação contínua das condições de trabalho e «a desorganização dos serviços públicos de Saúde, nos Cuidados Primários e Hospitalares», a favor do «florescimento de unidades de saúde privadas, ao invés do investimento no SNS geral e universal».
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