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Mello Saúde nega contratação colectiva nos hospitais do grupo

A Mello Saúde recusa-se a aplicar o contrato colectivo do sector a cerca de 10 mil trabalhadores dos seus hospitais, denuncia o Sindicato da Hotelaria do Norte (CGTP-IN).

A José de Mello Saúde recebeu 258 milhões de euros do Estado pelos contratos de gestão dos hospitais de Braga e Vila Franca de Xira em 2016
CréditosAndre Kosters / Agência LUSA

A situação foi identificada pelo sindicato após vários trabalhadores do CUF Porto Hospital se terem sindicalizado. O grupo José de Mello Saúde constituiu um agrupamento complementar de empresas (ACE) para onde transferiu os seus trabalhadores, deixando de aplicar o contrato colectivo de trabalho (CCT) do sector da hospitalização privada, denuncia a estrutura sindical em comunicado.

A recusa em aplicar a contratação colectiva significa que os trabalhadores da Mello Saúde não recebem o subsídio de turno, o pagamento em condições mais favoráveis do trabalho suplementar e em dia feriado, e é-lhes negada a progressão nas carreiras profissionais e outros direitos. O Sindicato da Hotelaria do Norte defende que «o facto de o grupo Mello ter criado esta ACE não o desobriga de aplicar o CCT».

«Há trabalhadores a fazerem 12 e 14 horas diárias sem pagamento de trabalho suplementar, os trabalhadores não controlam o banco de horas criado pela empresa, a esmagadora maioria tem contratos precários, os horários estão todos desregulados, o que torna a vida dos trabalhadores num inferno», argumenta o sindicato.

Ao todo, estarão em causa cerca de 10 mil dos 11 700 trabalhadores, estima a organização sindical. Os números resultam da informação transmitida pela empresa após uma reunião no Ministério do Trabalho, em que assumiu que apenas em três unidades das 16 do grupo negociou contratação colectiva, «mas que esta apenas abrange médicos e enfermeiros».

O Sindicato da Hotelaria do Norte argumenta que «não existe razão alguma para esta situação», já que a Mello Saúde «teve uma melhoria expressa em todos os indicadores em 2016», com um «acréscimo de 7,7%» no volume de negócios, que ultrapassou os 500 milhões de euros.

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