A Solverde, S.A., empresa do sector do turismo e jogo, tem estado no centro das atenções e não é pelos melhores motivos. A par das ligações ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, a empresa foi agora também alvo de críticas por parte do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte, pelas suas práticas laborais.
Segundo o sindicato, a empresa deixou de aplicar o Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) celebrado entre a associação patronal, a Associação Portuguesa de Hotelaria Restauração e Turismo (APHORT), e a Federação Dos Sindicatos Da Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria E Turismo De Portugal (Fesaht/CGTP-IN), estrutura que integra o Sindicato de Hotelaria do Norte.
Conforme se pode ler na denúncia sindical, o ocorrido tem-se vindo a registar ao longo dos anos, resultando em congelamentos salariais, o que leva a que trabalhadores aufiram o Salário Mínimo Nacional, falta de progressão na carreira e condições de trabalho precárias. Outro ponto de conflito é o pagamento de horas extras e trabalho em feriados. Enquanto a empresa passou a pagar 200% pelo trabalho em feriados aos funcionários do sector do jogo, após pressão dos trabalhadores do Casino de Chaves, quem trabalha nos hotéis continua a receber apenas 100%, contrariando uma decisão do Tribunal do Trabalho de Vila da Feira que determinou o pagamento de 200%.
«O sector do turismo, em que a Solverde se insere, vive uma excelente situação económica há vários anos consecutivos. Segundo os dados do INE publicados no dia 14 de Fevereiro de 2025, o preço dos quartos vendidos aumentou 21,4% em 2023 e 10,9% em 2024», pode ler-se no comunicado emitido pelo Sindicato de Hotelaria do Norte que, desta forma, justifica a possibilidade da Solverde ter todas as condições para cumprir com o CCT.
Neste sentido, o sindicato apresentou à administração da empresa um caderno reivindicativo para solucionar os problemas identificados. Aumentos salariais de 15% e garantia de um salário mínimo de 1000 euros na empresa; actualização das diuturnidades para 30 euros mensais; aumento do abono de falhas para 57 euros nos hotéis e 110 euros no jogo; ou actualização do prémio por língua estrangeira para 51 euros mensais são algumas das exigências apresentadas.
O sindicato propôs uma reunião com a Solverde para negociar estas reivindicações, mas ainda aguarda resposta e enquanto o sector do turismo continua a prosperar, os trabalhadores da Solverde enfrentam condições precárias e salários que não refletem o seu esforço e dedicação.
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