«Não somos recicláveis» é o mote do comunicado do Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas (SIESI/CGTP-IN) que se destina aos trabalhadores das centrais termoeléctricas que, segundo a intenção demonstrada pelo Governo do PS, serão encerradas até 2023.
O sindicato alerta para a situação das cerca de seis centenas de trabalhadores, em ambas as centrais, alguns dos quais com vínculos à EDP, em Sines, à Pegop, no Pego, ou a prestadores de serviços em situação de precariedade. A preocupação central é que «muitos desses trabalhadores, longe da idade da reforma, conheceriam [com estes encerramentos] o desemprego», sobretudo considerando que os concelhos de residência ou próximos têm reduzidos sectores produtivos e difíceis novas possibilidades de trabalho.
Para o SIESI trata-se de uma «reviravolta nas datas» de «contornos estranhos, assumindo as “dores” dos cumpridores exemplares». No comunicado explica-se que em Portugal existem «duas centrais a carvão, mas há países como, por exemplo, a Alemanha onde existem muito mais centrais [largas dezenas] e o seu encerramento está previsto para muito mais tarde».
O sindicato alerta que as questões em cima da mesa não podem ser decididas com base na «demagogia habitual de tentar confundir realidades» e que, a defesa do trabalho e dos trabalhadores não é incompatível com uma posição de defesa do ambiente e a importância da descarbonização.
No comunicado recordam-se objectivos nunca postos em prática, como o tratamento de biomassa no Pego, que se revelou, segundo o sindicato um «conto onde foram suprimidos muitos capítulos», assim como não se vislumbram medidas que concretizem a promessa de criar 20 mil empregos em energias renováveis.
Nesse sentido, o sindicato informou que para além de manter contactos com a Pegop, convocou reunião urgente com a EDP e audiências com o primeiro-ministro, o ministro do Ambiente e o Presidente da República.
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