«Resultado directo da firmeza e coragem dos trabalhadores», a administração da CarrisTur, empresa de mobilidade turística de âmbito nacional, viu-se forçada a ceder algumas das reivindicações dos funcionários, entre elas, a inclusão das actividades complementares e das prestações de contas no horário de trabalho.
As propostas da administração surgiram apenas dias antes da greve realizada a 15 de Outubro, algumas semanas depois da greve de dia 24 de Setembro, numa tentativa de que os trabalhadores suspendessem a convocatória da nova acção de luta.
Os trabalhadores da Carristur vão realizar um plenário em frente à Câmara Municipal de Lisboa, no dia 15 de Outubro. Na STCP haverá greve às últimas horas a partir do próximo dia 9. A decisão de realizar um plenário foi tomada na passada sexta-feira, dia em que os trabalhadores da Carristur «foram confrontados com a ilegalidade da administração de substituir trabalhadores em greve», denuncia a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN). A paralisação de 24 de Setembro teve origem na «falta de resposta a um conjunto de problemas» por parte da administração, entre os quais está o tempo de deslocação e prestação de contas inserido no horário de trabalho diário normal. O cumprimento do estabelecido quanto à obrigação de proceder à avaliação semestral de desempenho a todos os trabalhadores e o respeito pela definição de funções dos trabalhadores e contra a «imposição arbitrária» do regime de «dispensa», sem o pagamento do subsídio de refeição, são outras reivindicações dos funcionários da Carristur. O aumento dos salários e melhores condições de trabalho são também algumas das reivindicações ouvidas a Norte. Após seis dias de greve com «elevadas adesões» na Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP), o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN/CGTP-IN) vai avançar com novo pré-aviso de greve às últimas quatro horas da jornada diária de trabalho a partir das 0h de 9 de Outubro até às 24h do dia 31 de Dezembro. O STRUN lamenta a «chantagem» exercida pelo Conselho de Administração quanto à suspensão da aplicação de descansos fixos ao sábado», que «já vinha a ser feita desde o primeiro trimestre, conforme o acordado em Fevereiro». Mas informa que serão activados «os meios inspectivos e judiciais». Ainda a propósito do pré-aviso de greve, a estrutura sindical denuncia que já foi chamada à Direcção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) para discutir serviços mínimos, «algo que nunca aconteceu em greves parciais». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Trabalho|
Está para durar a luta na Carristur e na STCP
Contribui para uma boa ideia
Em comunicado enviado ao AbrilAbril, o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP/CGTP-IN), considera que algumas das respostas avançadas antes da greve foram positivas, mas que ainda há muitas matérias por resolver. «Para além da disponibilidade do sindicato para as reuniões directas com a administração, foram solicitadas reuniões com o presidente da Câmara Municipal de Lisboa e restantes forças políticas que integram o novo executivo», procurando dar resposta às exigências colocadas pelos trabalhadores.
Entre as reivindicações definidas pelos trabalhadores em plenário, realizado durante o período de greve, está a «integração no horário de trabalho diário do tempo de deslocação, quando os trabalhadores terminam em local diferente daquele em que iniciaram» e o «pagamento do preço/hora, em vigor na Carris, a todos os trabalhadores da CarrisTur que foram escalados para prestar serviço público, com os respectivos retroactivos».
Também a «readmissão de todos os trabalhadores a quem, no decurso desta pandemia, não foram renovados os contratos», é tida como uma das exigências fundamentais para que estes profissionais equacionam suspender o seu processo de luta. A contratação de empresas de trabalho temporário, que cumprem funções de trabalho efectivo, representa a perpetuação da precariedade na empresa.
Para além da nova greve, a realizar no dia 2 de Novembro, os trabalhadores da CarrisTur farão também greve a todo o trabalho extraordinário.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui