A denúncia consta de um documento entregue ao Ministério da Saúde pela Ordem dos Enfermeiros, a que a Lusa teve acesso. Numa visita à unidade de saúde, a estrutura detectou situações de enfermeiros que estão contratados através de recibos verdes para assegurarem 250 horas mensais (62,5 horas por semana). O horário de trabalho no sector público, incluindo para os enfermeiros do Serviço Nacional de Saúde (de que faz parte o Hospital de Cascais) tem como limite as 35 horas semanais.
Esta realidade ajuda a explicar como é possível que a gestão hospitalar assegurada por privados, como é o caso do Hospital de Cascais, consiga garantir lucros para os grupos económicos a quem estão entregues, enquanto as restantes unidades muitas vezes se debatem com dificuldades para assegurar o seu funcionamento regular.
O documento denuncia ainda a existência de serviços em que, durante o período nocturno, existe apenas um enfermeiro de serviço.
O Hospital de Cascais surgiu em lugar cimeiro em vários indicadores do polémico ranking da Entidade Reguladora da Saúde, divulgado há cerca de duas semanas. Em Agosto, o Governo aprovou a renovação por dois ano do contrato iniciado em 2009, através do qual a gestão do Hospital de Cascais foi entregue à Lusíadas Saúde, detida pela empresa brasileira Amil, do grupo norte-americano UnitedHealth Group, uma das maiores transnacionais do sector.
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