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Sétima greve na CelCat com adesão acima dos 90%

Os trabalhadores da General Cable CelCat, em Sintra, não desistem de lutar pelas suas reivindicações, tendo realizado mais uma greve parcial, que teve início no passado dia 15 e termina esta sexta-feira, perante uma direcção que continua a bloquear a negociação.

Trabalhadores da General Cable CelCat concentrados, em protesto, à porta da empresa, 28 de Abril de 2017
Créditos / SIESI

A direcção da multinacional americana fabricante de cabos eléctricos «continua a ter uma postura intransigente na negociação deste ano», denuncia o Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas (SIESI/CGTP-IN), pelo que os trabalhadores partiram novamente para greve de duas horas no início e no fim de cada turno, tendo iniciado às 0h30 do dia 15 de Novembro e terminando às 0h30 desta madrugada.

Os trabalhadores decidiram novamente por maioria, num plenário realizado no dia 13 de Novembro, realizar nova greve parcial que, segundo Luís Santos, dirigente do sindicato, está novamente «com uma adesão acima dos 90%». Anunciou ainda que foi decidido, no dia 23 de Novembro, realizar um plenário e concentração de trabalhadores à porta da CelCat, das 14h às 18h.

Segundo o SIESI, a empresa até à data não se demonstrou receptiva para uma negociação séria, em que apresente propostas que vão de encontro às reivindicações dos trabalhadores e resolva o conflito.

Reivindica-se a actualização dos salários, com um aumento de 4% ou mínimo de 40 euros por mês, e «a retribuição do descanso do trabalho suplementar bem como o pagamento das horas extraordinárias», refere um comunicado do SIESI.

Outras das exigências é a da alteração «dos horários ilegais» do primeiro turno. Luís Santos explica que também a Autoridade para as Condições do Trabalho, que ainda não deu o parecer, já afirmou verbalmente que os horários são ilegais. «Está em incumprimento o artigo 213.º do Código do Trabalho que afirma que só se podem laborar cinco ou seis horas seguidas se a jornada de trabalho for superior a 10 horas», explica o dirigente sindical. Na CelCat, o turno da madrugada, «além de serem seis dias (os outros turnos são cinco dias), laboramos sete horas seguidas sem pausa para descanso», conclui.

Os trabalhadores reivindicam ainda, quanto ao período de férias, a reposição dos três dias de majoração que lhes foram retirados (passaram de 25 para 22 dias de férias), o subsídio de refeição no valor de 6,83 euros, aumentos na remuneração por antiguidade e a compensação de 35% do salário base por laboração contínua –  tinham uma compensação de 40% e viram baixar para 30%.

Outra das questões defendidas é o pagamento do subsídio de Natal de forma igual ao subsídio de férias, uma vez que o primeiro apenas inclui o salário base com a anuidade, sendo assim inferior.

Na CelCat também continua luta «pelo fim da pressão e repressão sobre os trabalhadores». No comunicado é valorizada «a recente vitória alcançada no Tribunal de Sintra contra a prepotência e a tentativa de limitação da intervenção dos organismos representativos de trabalhadores», situação que reportámos na notícia de 25 de Outubro.

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