Em comunicado, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP/CGTP-IN) afirma ser «notória a tentativa da Ministra em utilizar um discurso que outros membros do Governo têm utilizado para outro grupo profissional mas fazê-lo, é não falar verdade aos portugueses».
Em causa estão as declarações da ministra da Saúde, Marta Temido, proferidas na quinta-feira no final de reuniões com os sindicatos, em que afirmou não ser possível «corrigir hoje, por uma revisão da carreira, tudo o que é um histórico de congelamentos» na profissão de enfermagem.
O sindicato recorda que «há enfermeiros que não progridem desde 2002», a que se junta a imposição do «governo socialista de José Sócrates, em 2008, de um novo modelo de avaliação na administração pública que, consequentemente, foi imposto aos enfermeiros».
Segundo o SEP, tal «habilidade» do governo, com a conversão dos módulos de tempo em pontos por ano, resultou num «roubo» de 60% da totalidade do tempo de serviço. Portanto, o que está em causa nas negociações é «a contabilização dos restantes 40% para cerca de 15 mil enfermeiros».
Além disso, a estrutura reitera que, «mesmo sobre o reposicionamento, é inadmissível que o Governo tenha "dois pesos e duas medidas" dentro da administração pública», insistindo em discriminação.
Por outro lado, o SEP frisa que, «com a não contabilização de pontos pelos anos de trabalho efectivamente prestado», o Governo «está duplamente a prejudicar e a discriminar enfermeiros».
Greve regional arranca a 22 de Janeiro
No passado dia 17, face ao «encerramento abrupto» do processo negocial pelo Governo, o SEP anunciou que vai manter a greve de 22 a 25 de Janeiro, divida por regiões. O primeiro dia abrange a Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo, o seguinte a do Centro, depois o Norte e o último dia engloba o Algarve, Alentejo e Açores.
Os enfermeiros exigem o descongelamento das progressões de todos, seja qual for o vínculo contratual, o pagamento do suplemento remuneratório aos enfermeiros especialistas que ainda não o receberam e a contratação de 1500 profissionais em 2019, face à enorme falta de pessoal.
Esta greve não está relacionada com a chamada «greve cirúrgica», convocada pela Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) e pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor/UGT).
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