Foi a falta de clareza sobre «o que vai ser levado a cabo e as parcas ou nenhumas informações fornecidas aos trabalhadores», que levou o Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações e Comunicação Audiovisual (STT/CGTP-IN), o Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos (CENA-STE/CGTP-IN) e o Sindicato dos Jornalistas a concentrar esforços, numa resposta a uma só voz, aos problemas dos trabalhadores do grupo Media Capital.
O deputado comunista Bruno Dias questionou esta sexta-feira o ministro do Planeamento e das Infraestruturas sobre a concentração do negócio de televisão com a compra da Media Capital pela dona da PT/MEO. «Isto não é um problema regulatório mas de acção e vontade política», denunciou esta manhã Bruno Dias, numa audição do ministro Pedro Marques, na comissão parlamentar de Economia, de acordo com o Público. O deputado questionou o governante sobre a compra, hoje anunciada, do grupo que integra a TVI, a Rádio Comercial, a produtora de audiovisual Plural e outros meios de comunicação. O PCP defende que, tratando-se de um sector estratégico, o Estado devia recuperar o controlo sobre a PT Portugal. A PT «já controla a rede de Televisão Digital Terrestre (TDT) e o maior operador de TV por cabo [através da marca MEO], e está a preparar-se para uma operação de concentração e verticalização sem precedentes no sector», alertou o deputado. Com a compra do grupo Media Capital, a empresa francesa Altice passará a controlar um dos principais operadores de televisão por cabo (a MEO), a rede de TDT, o canal de televisão com maior audiência (a TVI) e uma das principais produtoras de conteúdos audiovisuais portuguesas (a Plural). Ou seja, vai passar a deter toda uma cadeia no sector da televisão, passando pela produção, pela emissão e pela distribuição. Na resposta, Pedro Marques não quis comentar o negócio, argumentando que o problema se coloca apenas ao nível das entidades reguladoras. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Nacional|
Ministro foi hoje ouvido na Assembleia da República
PCP alerta para concentração «sem precedentes» entre telecomunicações e media
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Em particular, os sindicatos destacam a situação vivida na TVI, na Plural e EMAV, onde vários trabalhadores foram informados, em Março, da sua transferência, por decisão unilateral, para outras empresas do grupo. Esta prática é ilegal, já que o trabalhador tem sempre o direito a recusar esta transferência.
No sentido de esclarecer os trabalhadores do grupo, assim como recolher mais informações sobre o actual estado da empresa, os sindicatos decidiram avançar, no imediato, com um pedido de reunião à Comissão de Trabalhadores da TVI, «para avaliar a situação laboral interna».
Há vários anos que a administração do grupo Media Capital procura vender parte, ou a totalidade, do conglomerado: à Altice, em 2018, ao grupo Cofina, em 2021, e, mais recentemente, a bem sucedida venda de cinco rádios (entre elas, a Rádio Comercial) à alemã Bauer Media.
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