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Solidariedade com os estivadores de Lisboa

Os estivadores do Porto de Setúbal decidiram solidarizar-se com os de Lisboa e vão avançar com greves parciais. Também a CGTP-IN expressou a sua solidariedade numa acção que contou com a presença da secretária-geral.

Negociações do contrato colectivo para o porto de Setúbal ainda não está concluído
CréditosFilipe Rocha / ShareAlike 3.0

Os estivadores do Porto de Setúbal decidiram, na passada quinta-feira, solidarizar-se com os estivadores de Lisboa e vão avançar com greves parciais a partir de 16 de Março.

«Os estivadores da Operestiva, que trabalham para a empresa Sadoport, do grupo Yilport, decidiram fazer duas horas de greve ao primeiro turno e uma hora de greve ao segundo turno», disse à Lusa o presidente do Sindicato dos Estivadores Actividade Logística (SEAL), António Mariano.

O sindicalista acrescentou que «os trabalhadores afectos à empresa Setulsete, que faz a cedência de mão-de-obra às empresas Tersado e Setefrete, vão fazer greve ao trabalho suplementar aos dias úteis».

Segundo António Mariano, as greves parciais decididas em plenários realizados com os estivadores da Operestiva e Setulsete, em Setúbal, «não são apenas uma forma de solidariedade com os trabalhadores do Porto de Lisboa, mas também uma mensagem de que não aceitam a estratégia das empresas de Lisboa, que também estão em Setúbal».


«Os estivadores de Setúbal não aceitam esta estratégia de encerramento das empresas de trabalho portuário existentes, para depois abrirem outras ali ao lado, com perda de direitos e regalias dos trabalhadores», disse António Mariano.

Os trabalhadores do Porto de Lisboa iniciaram no dia 19 de Fevereiro uma greve parcial ao trabalho para quatro empresas de estiva deste porto que subscreveram uma proposta de redução salarial de 15% e o fim das progressões de carreira automáticas.

Face à decisão das sete empresas de estiva de pedirem a insolvência da Associação Empresa de Trabalho Portuário de Lisboa (A-ETPL), que cede mão-de-obra para a movimentação de cargas nos navios, no passado dia 21 de Fevereiro, os estivadores de Lisboa decidiram convocar uma greve total, de 9 a 30 de Março.

CGTP-IN contra «os baixos salários e os vínculos precários»

A delegação da central sindical esteve ao lado dos estivadores na passada quinta-feira e integrou a sua secretária-geral, Isabel Camarinha, e os membros da Comissão Executiva, Ana Pires, Rogério Silva e José Manuel Oliveira, estes últimos também em representação das federações sindicais das indústrias e dos transportes, respectivamente.

Esta delegação exigiu a intervenção do Governo para pôr cobro à situação e levou «todo o apoio do movimento sindical unitário à luta em curso [...], no combate que os trabalhadores deste sector estão a travar contra o aumento da exploração, por empresas que vendem a si próprias serviços abaixo do custo de produção que apenas visa perpetuar um regime laboral assente sem salários baixos e em vínculos precários», pode ler-se em nota enviada à imprensa.

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