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Trabalhadoras do refeitório da Nokia impedidas de ocupar os seus postos de trabalho

A Nokia rescindiu o contrato de concessão com a empresa que explorava o seu refeitório, a Eurest. Esta garantiu às trabalhadoras que iriam manter os seus postos de trabalho. A nova empresa, a Mlricci, diz não ter nenhum contrato assinado e agora as trabalhadoras são impedidas de entrar nas instalações da Nokia. 

O Sindicato de Hotelaria do Sul teve conhecimento que a 19 de Novembro a Nokia rescindiu o contrato de exploração do seu refeitório com a Eurest Portugal. Dado o ocorrido, a empresa que explorava a concessão informou os trabalhadores que os seus postos de trabalho seriam para uma futura empresa, a ser designada pela Nokia.

Com os elementos em cima da mesa o Sindicato contactou a Eurest, e a empresa afirmou ter a informação de que o refeitório passaria a ser explorado pela Mlricci. Esta declarou não ter qualquer contrato assinado com a Nokia para a exploração do refeitório. Dados os factos e o passa culpa, verifica-se que quem está a sair prejudicado são as trabalhadoras.

Desde o dia 25 de Novembro, as trabalhadoras têm-se apresentado ao serviço, mas têm sido sistematicamente impedidas de entrar nas instalações da Nokia. O Sindicato tem acompanhado, já solicitou uma reunião com a Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho, envolvendo as três empresas implicadas, para esclarecer a situação e requereu a intervenção da Autoridade para as Condições de Trabalho.

A estrutura sindical entende que a Nokia tem que assumir as suas responsabilidades, uma vez que o refeitório integra as suas instalações e serve exclusivamente os seus trabalhadores e visitantes e, uma vez que foi a própria a rescindir o contrato de concessão, não se pode descartar das responsabilidades relativas à vida das trabalhadoras do refeitório.

«Este jogo do empurra entre grandes empresas denota uma enorme falta de sensibilidade social, uma vez que as trabalhadoras não têm quem assuma o pagamento dos próximos salários nem os seus postos de trabalho», pode ler-se numa nota do sindicato, enviada à comunicação social.

A acção sindical não ficará somente por aqui. Amanhã será realizada uma acção de solidariedade com as trabalhadoras do refeitório da Nokia, impedidas de aceder ao seu local de trabalho, para exigir o direito à manutenção dos postos de trabalho e a salvaguarda de todos os direitos dos trabalhadores durante a transmissão de estabelecimentos, como os refeitórios e cantinas.

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