Centenas de trabalhadores da refinaria de Sines, detida pela Petrogal (grupo Galp Energia), estiveram em protesto esta manhã à porta da refinaria de Sines, dando continuidade às acções de luta em defesa da contratação colectiva.
Em causa está a insistência da administração da Galp na caducidade do contrato colectivo, com os trabalhadores a acusá-la de «manobras dilatórias, fingindo que quer negociar». Afirmam ainda não entender como é que pode alegar «dificuldades económicas», tendo tido «lucros fabulosos» de 707 milhões de euros em 2018.
«Porque razão é que a Galp continua a manter este conflito quando o pode resolver pela via do diálogo e da negociação», questionou Arménio Carlos, que esteve presente em solidariedade com os trabalhadores.
O secretário-geral da CGTP-IN lembrou que a greve em defesa da contratação colectiva, desencandeada pela insistência da administração na caducidade e fim de vários direitos, já levou a «uma redução de 36 milhões de euros nas exportações».
«Este dinheiro dava para resolver os problemas e as reivindicações que os trabalhadores apresentam, repor o contrato colectivo de trabalho e aumentar os salários de todos os trabalhadores, da Galp e da Martifer, assim como passar os trabalhadores desta empresa de prestação de serviços ao quadro de efectivos», realçou.
Governo conivente com más práticas da administração
Acusando o Governo de ser «conivente» com a administração da Galp, Arménio Carlos afirmou que «não basta dizer que se é contra o modelo de baixos salários e trabalho precário», mas que é necessário «apresentar propostas» nesse sentido.
«Não faz sentido que tenhamos várias empresas a circular aqui [na refinaria de Sines] durante vários anos quando os trabalhadores permanecem, o que significa que o trabalho é permanente, logo deviam estar nos quadros da Galp e não da Martifer, e ter os mesmos direitos, salários e deveres», acrescentou.
Já Hélder Guerreiro, da Comissão de Trabalhadores da Petrogal, o «silêncio da empresa» e a intransigência em negociar com os sindicatos revela «incompetência» e uma «atitude prepotente e intimidatória».
«Vamos continuar a luta e, nesta altura, penso que a administração já deve ter ideia de que não vamos parar enquanto não mostrar disponibilidade para negociar efectivamente com os sindicatos», acrescentou.
A greve na refinaria de Sines dura há 43 dias, tendo os trabalhadores, em plenário, decidido prolongar o braço-de-ferro com a administração até ao final do mês de Março. O pré-aviso só será emitido hoje, caso a empresa se mantenha intransigente.
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