A situação é denunciada em comunicado pelo Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN), no qual afirma que a Science4you «continua a não respeitar as normas de saúde e segurança no trabalho».
A acusação do sindicato surge acompanhada por um conjunto de reivindicações dos trabalhadores que ilustam bem os problemas na empresa derivados da falta de condições de segurança nos postos de trabalho, entre os quais problemas respiratórios e lesões devido à ausência de material adequado e à acumulação de pó.
Nos postos de trabalho em que exista manipulação de produtos perigosos, tais como sulfato de cobre, goma de guar, pó de ferro, ácido cítrico, os trabalhadores exigem a colocação de dispositivos de captação local de forma a evitar o «pó constante» que causa náuseas, irritações nos olhos e garganta, tosse ou dificuldade em respirar.
Além disso, os trabalhadores da Science4you exigem que os postos de trabalho fixos tenham assentos ou tapetes de descanso no chão, tendo em conta o tempo de trabalho em pé, como também a colocação de redes de segurança em várias secções.
Outra questão colocada são as cada vez mais frequentes tendinites, contracturas e pulsos abertos entre trabalhadores, resultado dos movimentos repetitivos na produção diária de milhares de frascos e fechados manualmente, que devem «ser reconhecidos pela empresa e seguro como acidente de trabalho».
O CESP afirma ainda que os trabalhadores continuam a ser discriminados no subsídio de refeição, em que alguns recebem 4,27 euros e o cartão de refeição, enquanto a grande maioria dos funcionários do armazém só recebe 2,80 euros ao dia. O aumento dos salários em 40 euros para todos e a integração dos trabalhadores com vínculos precários são outras reivindicações. esclarecer
Alguns trabalhadores continuam a pagar para trabalhar
No seguimento da notícia do AbrilAbril, um dirigente do CESP explicou que houve posteriormente desenvolvimentos na empresa, na qual foram distribuidos cartões aos trabalhadores para não terem de suportar o custo do pórtico.
A situação é derivada da localização das instalações desde 2015, momento em que a empresa de brinquedos educativos e científicos passou a sua fábrica para o Mercado Abastecedor da Região de Lisboa (MARL), em Loures, onde, à saída, é cobrada uma portagem de 1,80 euros pela entidade gestora.
Porém, nem todos os trabalhadores foram abrangidos pela medida, sendo que aqueles com vínculos precários associados à empresa de trabalho temporário Contact, continuam a ter de pagar diariamente para entrarem nas instalações da empresa.
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