A Comissão de Trabalhadores da Transtejo enviou uma carta aberta ao Governo e aos órgãos de soberania, onde denuncia acções da empresa para perpetuar a fusão operacional, técnica e financeira com a Carris e o Metropolitano, e os vários problemas com que se depara a Transtejo.
Segundo os trabalhadores, apesar de aprovado pela Assembleia da República no dia 9 de Junho o diploma que revoga os Decretos-leis 98/2012 e 161/2014, determinando assim que as empresas de Serviço Público de Transportes, Grupo Transtejo, Carris e Metropolitano retomem o modelo de autonomia jurídica, continuam a decorrer acções que visam efectivar a fusão operacional, técnica e financeira das empresas, com a celebração de contratos conjuntos, o desenvolvimento de aplicações informáticas para utilização conjunta, e a deslocalização de trabalhadores para edifícios de outras empresas.
Os trabalhadores denunciam ainda o pouco investimento dos últimos anos na conservação e manutenção da frota actual, evidenciando-se «as situações mais anómalas». Outro aspecto apontado é a falta de mão-de-obra, denunciando os trabalhadores que o transporte não foi ainda afectado devido «à boa vontade e colaboração dos profissionais que têm feito muito trabalho extraordinário, alguns mesmo já ultrapassado o limite máximo previsto por lei».
Problemas graves com a frota
São enumerados vários problemas com a frota, como é o caso dos ferries, que efectuam o transporte de viaturas, e que neste momento encontram as duas unidades mais recentes da frota com problemas técnicos muito graves, problemas que vêm desde a sua construção e que têm originado muitas interrupções nas carreiras que ligam a margem sul à margem norte. São frequentes os episódios em que existe um transporte de ciclomotores e velocípedes para a margem oposta e no regresso os utentes encontram-se privados do seu transporte devido às constantes avarias. A empresa substitui, mas no entanto as embarcações de substituição muitas vezes não permitem o transporte de viaturas.
A substituir as unidades novas existe outro navio, já com cerca de 60 anos de serviço, o que levanta diversos problemas – o mercado de sobresselentes não existe, tendo que se socorrer ao fabrico das peças que são necessárias, que além de as encarecer, aumenta o seu tempo de espera nas reparações.
Outro dos problemas apresentados pelos trabalhadores são a falta de inspecções e vistorias, verificando-se o seu atraso, o que faz com que os certificados de navegabilidade deixem de estar válidos, impedindo assim as embarcações de prestarem o serviço para a qual foram adquiridas.
Os trabalhadores alertam ainda para que existem secções na empresa que não têm ordem para efectuar compras, e deste modo muitas pequenas operações são afectadas, chegando ao ponto de navios estarem parados devido à falta de material para reparação.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui