A Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (Fesaht/CGTP-IN) realça num comunicado que a acção de luta dos trabalhadores das cantinas, refeitórios, áreas de serviço e bares concessionados se insere num plano traçado pelos sindicatos com vista à negociação e assinatura do contrato colectivo de trabalho (CCT), por melhores salários e sem perda de direitos.
São mais de 20 mil os que trabalham neste sector de actividade e que, atesta a federação, têm visto os seus direitos ameaçados. Entre os exemplos deixados pela Fesaht está o facto de as empresas terem deixado de pagar o trabalho prestado em dia feriado e em dia de descanso semanal com o acréscimo de 200%, o trabalho nocturno das 20h às 24h com o acréscimo de 25% e o subsídio de alimentação no período de férias.
Simultaneamente, a estrutura sindical denuncia comportamentos abusivos por parte das entidades patronais. «Alteraram categorias profissionais sem o acordo dos trabalhadores, transferem os trabalhadores de local de trabalho sem o seu acordo, impõem horários de 12 horas diárias», a que se somam os «salários muito baixos», sobretudo no caso das «cozinheiras de 3.ª e de 2.ª, a quem pagam apenas 635 e 650 euros, respectivamente, e às empregadas de distribuição, a quem pagam apenas 620 euros».
Delegações de trabalhadores do Norte, Centro, Sul e Algarve vão instalar tendas de campismo frente à sede da AHRESP, em Lisboa, para obrigar esta associação patronal a alterar a sua posição, que, dizem os sindicatos, «tem sido de grande inflexibilidade negocial». O protesto teve início pelas 11h, estando prevista a presença do secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, no período da tarde.
A Fesaht aproveita para esclarecer que a AHRESP negociou e assinou em 2019 acordos para os sectores da restauração e alojamento, com aumentos mínimos de 20 e 27 euros mensais, respectivamente, «mas deixou para trás estes trabalhadores, discriminando-os».
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