Mais de duas dezenas de trabalhadores com vínculos precários da Casa da Música organizaram, na segunda-feira, uma vigília silenciosa para protestar contra o «silêncio e a falta de resposta» da fundação que gere este equipamento cultural do Porto.
«Só fachada não faz casa» e «Precários da casa fazem milagres» eram alguns dos cartazes que o grupo segurava como forma de protesto, no dia em que a Orquestra Barroca marcava a reabertura do espaço e onde estiveram presentes mais de 170 espectadores.
Segundo informações a que o AbrilAbril teve acesso, a decisão de «dispensar» os 13 assistentes de sala foi comunicada na segunda-feira, via e-mail, depois de terminada a vigília. A estes trabalhadores, que já tinham os horários escalados para o mês de Junho, juntam-se vários técnicos também com vínculos precários há vários anos e que se encontram sem trabalho atribuído.
Além de assistentes de sala, no protesto estiveram também guias, técnicos e educadores da Casa da Música e da Fundação de Serralves.
No dia 28 de Abril, dezenas de trabalhadores da Casa da Música pediram à fundação que gere este equipamento cultural, através de um abaixo-assinado, que «cumpra compromissos» e «assuma» a sua «responsabilidade social», considerando que as «soluções» propostas são «indignas».
O abaixo-assinado surgiu dias depois de o PCP ter alertado para uma situação «inaceitável» vivida pelos trabalhadores da Casa da Música. Os comunistas consideraram que «a situação excepcional que se vive», devido ao surto epidémico da Covid-19, «não pode ser o pretexto para se atentar contra os direitos dos trabalhadores», salientando que «a actual situação tem evidenciado um conjunto de problemas, nomeadamente a precariedade, a que estão sujeitos muitos trabalhadores do sector da Cultura».
No total, foram 92 os signatários de uma carta enviada ao director-geral da Fundação Casa da Música, entre os quais 28 trabalhadores com contrato e 64 prestadores de serviços a recibos verde, nomeadamente assistentes de sala, guias, músicos, técnicos e formadores.
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