Esta acção de protesto percorreu, quinta-feira passada, a Avenida da Torre de Belém, em Lisboa, até à sede da associação patronal, Associação Automóvel de Portugal (ACAP), e teve por objectivos reforçar as exigências de aumentos salariais, de redução do horário de trabalho para 35 horas semanais, e combater a polivalência de funções que as administrações dos principais fabricantes pretendem impor na contratação colectiva, a pretexto da modernização tecnológica.
Neste protesto destacou-se igualmente a exigência de medidas que salvaguardem a saúde dos trabalhadores, através de ritmos de trabalho humanizados e da implementação de medidas de combate às doenças profissionais, responsabilidades que são permanentemente descartadas pelo patronato.
Os manifestantes entregaram uma resolução à associação patronal na qual se exige ainda «seriedade» na negociação do contrato colectivo de trabalho.
Recorde-se que as principais empresas deste sector – designadamente, a VW Autoeuropa, a Mitsubishi Fuso, a PSA Mangualde, a Renault Cacia e a Caetano Bus – arrecadaram nos últimos dois anos cerca de 122 milhões de euros de lucros, na sua maioria distribuídos aos accionistas.
Segundo os dados das próprias associações patronais (ACAP e ARAN), em Maio de 2021 foram produzidos em Portugal 24 688 veículos automóveis, o que representou um crescimento de 54,6% face ao mês homólogo de 2020 e, face ao mês homólogo de 2020, as vendas de ligeiros de passageiros cresceram 190,2%, de comerciais ligeiros, 52,3%, e de pesados, 190,4%.
Na reparação automóvel, as empresas têm vindo sucessivamente a aumentar o preço da mão-de-obra cobrado aos clientes, mas os salários continuam estagnados.
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