Os trabalhadores da Segurança Social de Vila Franca de Xira acusaram hoje a direcção do Instituto da Segurança Social (ISS) de estar a pressioná-los a regressar às antigas instalações, fechadas há três meses por suspeita da presença de amianto.
As instalações onde funcionava o serviço de Segurança Social de Vila Franca de Xira foram encerradas provisoriamente em Março para que ali fossem realizadas obras, nomeadamente a substituição de tectos falsos, pintura de paredes e reparação de partes degradadas do chão. Desde 2011 que este edifício se encontra na lista feita de infraestruturas com amianto a remover.
Entretanto, os 41 trabalhadores daquele serviço foram para outras instalações até que estejam concluídas as obras.
As obras foram motivadas por queixas relativas à qualidade do ar do edifício e à existência aparente de materiais com amianto, que foram associadas ao aparecimento de doenças oncológicas e respiratórias em alguns trabalhadores.
Em declarações à imprensa, Sebastião Santana, do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, queixou-se do facto da Direcção do ISS pretender que os trabalhadores regressem às antigas instalações.
«É uma situação inadmissível porque existe uma comprovada falta de qualidade do ar e um risco sério de saúde, tanto para os trabalhadores como para os utentes», afirmou.
O sindicalista referiu, ainda, que o ISS «não só não cumpriu com a promessa de realizar rastreios de saúde», como também está a «obrigar os trabalhadores a manusear processos em papel», um dos motivos que levou ao encerramento das instalações.
«Foi prometido a estes trabalhadores que toda a matéria perigosa [incluindo os processos antigos em papel] seriam manuseados por uma empresa especializada e não é o que está a acontecer. É um desrespeito pela saúde dos trabalhadores», afirmou.
Nesse sentido, Sebastião Santana referiu que os trabalhadores da Segurança Social de Vila Franca de Xira irão realizar um plenário no próximo dia 16 de Junho, estando em cima da mesa a realização de greve. Os trabalhadores já haviam realizado greve e concentrações em Março, em protesto pela situação.
«Vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para trabalharmos numas instalações dignas», sublinhou.
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