Autoeuropa: «recurso ao layoff é abusivo», considera o sindicato

Mais um braço de ferro na VW Autoeuropa com o patronato a retirar rendimentos aos trabalhadores. A nota de esclarecimento do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul (SITE-SUL/CGTP-IN), diz claramente que a empresa tinha condições de assegurar o salário por inteiro aos trabalhadores e não precisava recorrer ao layoff.

«Consideramos que o recurso ao layoff é abusivo e que a Administração da VW Autoeuropa dispõe de recursos financeiros e mecanismos internos acordados que permitem fazer face a estes períodos de paragens sem o recurso ao financiamento através da Segurança Social, contribuindo assim para a sua descapitalização», defende o sindicato na nota de esclarecimento que emitiu. 

Deste modo, o SITE-Sul avalia que além da grave penalização que o layoff significa na vida dos trabalhadores, a acção da Autoeuropa lesa  também o Estado, particularmente a Segurança Social, já que tem capacidade de não a meter a pagar uma parte dos vencimentos dos trabalhadores.

Além deste aspecto, diz ainda o sindicato que manifestou sempre preocupação com a «intensificação dos ritmos de trabalho» já que o volume de produção que se pretende no final do ano é de cerca de 230 550 unidades produzidas, ou seja, mais 12 000 adicionais. Esta imposição resultou no «aumento dos já muitos casos de trabalhadores com restrições médicas e doenças profissionais».

O sindicato considera «que os trabalhadores da VW Autoeuropa são prejudicados no seu rendimento mensal disponível por não ser pago a componente referente ao complemento de fim-de-semana, sendo garantido apenas o salário base e subsídio de turno, mesmo neste caso com recurso a D.Days para perfazer os 100% deste valor».

Para já o SITE-Sul diz estar a acompanhar a situação dos trabalhadores e, por via da sua federação, a Fiequimetal, tem já uma reunião agendada com o Ministério do Trabalho e Segurança Social.