A Samyukt Kisan Morcha (uma frente unida de sindicatos agrícolas) promoveu, este sábado, a realização de um bloqueio de cinco horas na auto-estrada Kundli-Manesar-Palwal, uma importante via rodoviária a oeste de Nova Déli, com o objectivo de deixar claro que, ao cabo de cem dias, o poderoso movimento de luta contra as leis que põem em causa a sobrevivência do sector continua vivo e «só aceita a vitória».
Muitos dos agricultores presentes usaram turbantes negros e agitaram bandeiras da mesma cor como forma de protesto contra a «apatia» do governo em relação às suas reivindicações, refere o portal newsclick.in.
A circular oeste a Nova Déli – Kundli–Manesar–Palwal (KMP) Expressway –, com 135 quilómetros e toda construída no estado vizinho de Haryana, é uma via importante para descongestionar o trânsito na capital e foi inteiramente bloqueada. No entanto, refere a mesma fonte, os organizadores do protesto tomaram medidas para deixar passar as ambulâncias.
Ao dirigir-se aos manifestantes, Balbir Singh Rajewal, que preside ao sindicato Bharatiya Kisan Union, sublinhou a «força crescente do movimento» e pediu aos agricultores para «serem disciplinados e nunca caírem na violência». «A vitória será vossa», acrescentou.
Outros intervenientes destacaram a importância da firmeza em torno das suas exigências, criticaram a «inacção» do Partido do Congresso, sublinharam o facto de a luta dos agricultores ter alastrado a 20 estados do país, bem como o facto de o movimento ter conseguido derrotar as «conspirações» do Partido Bharatiya Janata (BJP; nacionalista hindu, de Narendra Modi) para o deixar mal visto aos olhos da sociedade.
A coligação Samkyukt Kisan Morcha não abdica da revogação da legislação, aprovada em Setembro, que deixa os agricultores à mercê dos grandes grupos económicos e que, denunciam os sindicatos, põe fim ao preço mínimo garantido, ameaça a segurança alimentar do país e conduz à destruição da pequena agricultura pelo agronegócio.
Os sindicatos agrícolas anunciaram ainda que iriam celebrar hoje o Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, tendo para esse efeito convidado organizações de mulheres e outros organismos a destacar os contributos das mulheres do campo.
Além disso, revelaram que, dia 15 de Março, manifestarão a sua solidariedade aos sindicatos que lutam contra as privatizações em todo o país.
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