A Palestina é «uma causa da Humanidade», sublinha-se na Galiza

Representantes da Coordenadora Galega de Solidariedade com a Palestina anunciaram esta quinta-feira, em conferência de imprensa, que se vão dirigir tanto ao Presidente da Xunta, como à Direcção da CRTVG (rádio e televisão da Galiza) para lhes solicitar uma reunião e pedir explicações pelo «silêncio e inacção» do governo galego face à gravíssima situação na Palestina e o ocultamento da solidariedade nos meios públicos de comunicação, nomeadamente na CRTVG.

A Coordenadora exige, no mínimo, uma declaração institucional em defesa do direito internacional ou humanitário e anuncia novas mobilizações para o dia 4 de Novembro em mais de 30 localidades galegas, indica o Nós Diario.

Neste sentido, Angela Gippini, representante da Galiza con Palestina, recordou que já passou um ano desde o início das mobilizações de solidariedade com o povo palestiniano. Iniciativas semanais ou de 15 em 15 dias «para denunciar o genocídio não só em Gaza, mas em toda a Palestina e também em protesto contra o alastramento da ocupação e os ataques em toda a região», explicou.

Destacou ainda o grande êxito da manifestação nacional convocada para o passado dia 6 de Outubro, que contou com o apoio de quase 200 entidades galegas signatárias e com milhares de pessoas nas ruas de Compostela. Apesar disso, criticou, não houve resposta do governo da Xunta às reivindicações da sociedade galega.

Óscar Valadares, porta-voz do Mar de Lumes – Comité Galego de Solidariedade Internacionalista, também se posicionou perante esta falta de resposta, afirmando não compreender como é que, «um ano após o início do genocídio, o governo galego se põe de parte e olha para o outro lado». «Esta é uma causa da Humanidade, não é uma causa apenas da Palestina, mas de toda a Humanidade», frisou.

Neste contexto, os presentes denunciaram que a Xunta «promove os interesses de Israel a nível económico, cultural e diplomático», tendo exigido ao governo galego que emita «uma declaração institucional baseada no direito internacional ou no direito internacional humanitário, que é o mínimo», e que, além disso, «promova algum tipo de modificação na acção do seu governo», no sentido de rever os acordos comerciais privilegiados com Israel.

Silenciamento nos media públicos

Gippini disse ainda que os meios de comunicação, sobretudo os públicos galegos, «passaram todo este ano a esconder a onda de solidariedade com escassa informação sobre todas estas mobilizações e acções». Uma «ausência de informação» que é motivo para solicitar uma reunião à Direcção da CRTVG.

Em nome da Asociación Galaico Árabe Jenin interveio Linda Ashour, que fez questão de agradecer o apoio demonstrado pelo povo galego e garantir que todas as mostras de solidariedade com a causa palestiniana chegarão às autoridades.