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Pela Palestina, protesto em Wimbledon contra o patrocínio do Barclays

Cerca de 100 pessoas protestaram esta segunda-feira, junto às instalações do torneio de Wimbledon, contra o patrocínio do Barclays, entidade há muito acusada de financiar o aparelho de guerra sionista.

CréditosJordan Pettitt / The Independent

De acordo com registos divulgados nas redes sociais, os manifestantes exibiram uma bola de ténis gigante e cartazes com morangos cobertos de molho vermelho, a figurar «o sangue palestiniano», nas imediações das instalações do All England Lawn Tennis Club (AELTC), no Sudoeste de Londres.

No protesto, dinamizado pela Palestine Solidarity Campaign (PSC) sob o lema «O Barclays serve o genocídio de Israel», participaram cerca de 100 pessoas, que se reuniram junto à entrada principal do conhecido clube de ténis, organizador de um dos quatro torneios do Grand Slam (os quatro maiores eventos anuais deste desporto).

Cartaz da mobilização desta segunda-feira em Wimbledon, Londres / palestinecampaign.org

«O Barclays patrocina Wimbledon e o genocídio», podia-se ler na bola de ténis gigante, em alusão à mais recente guerra de agressão israelita na Faixa de Gaza.

Há meses que activistas solidários com a Palestina organizam protestos no Reino Unido, muitas vezes junto às sucursais do Barclays, acusando a entidade bancária de financiar empresas de armamento que fornecem a Israel as armas que são utilizadas para reprimir os palestinianos e as que as forças sionistas usam no massacre em curso ao povo palestiniano no enclave de Gaza.

Wimbledon serve para reforçar e lavar a imagem do banco

Recentemente, refere o Morning Star, a PSC acusou os responsáveis do torneio de ténis de Wimbledon de permitirem que o banco faça uso do evento desportivo «para reforçar a sua imagem e se esconder das responsabilidades pelo seu papel na viabilização dos crimes de guerra israelitas».

Ontem, enquanto algumas pessoas faziam fila para entrar no recinto de Wimbledon no primeiro dia do torneio de 2024, ouvia-se os manifestantes a gritar palavras de ordem como «Parem de bombardear as escolas, parem de bombardear os hospitais», indica The Independent.

Noutro cartaz podia-se ler «Stop ao genocídio», enquanto nos altifalantes se ouvia a canção revolucionária italiana «Bella Ciao».

Lewis Backon, residente em Londres e porta-voz da PSC, disse que o Barclays está a financiar empresas que fornecem armas a Israel.

«O patrocinador oficial de Wimbledon é o Barclays Bank, e o Barclays está a financiar, no valor de milhares de milhões de libras, empresas que fornecem armas e tecnologia militar que Israel utiliza no seu ataque genocida contra os palestinianos em Gaza», acusou, acrescentando que o banco «não pode esconder» o seu papel no conflito.

Backon defendeu que o Barclays «não pode usar o ténis como escudo para melhorar a sua reputação e para se esconder da responsabilidade pelo seu papel no financiamento do genocídio e do apartheid de Israel contra os palestinianos».

Vitórias para a Palestina

Segundo refere o periódico britânico, o AELTC é a mais recente das organizações a ser visada por activistas a favor da Palestina devido ao envolvimento com o Barclays.

Em Junho deste ano, os organizadores do Live Nation e o banco puseram fim a um acordo de patrocínio, depois de várias bandas terem saído de festivais em solidariedade com a Palestina – algo que Jeremy Corbyn, ex-líder trabalhista, classificou como uma «enorme vitória» para a Palestina.

O Barclays tem-se defendido afirmando que está a ser alvo de uma «campanha de desinformação» e que forneceu serviços financeiros a nove empresas de defesa que abastecem Israel mas sem ter investido directamente nelas.

«Como muitos outros bancos, fornecemos serviços financeiros a empresas que fornecem produtos de defesa ao Reino Unido, à NATO e seus aliados», disse, citado por The Independent.

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