|Argentina

Argentina repudia manobras militares britânicas nas Malvinas

O governo argentino condenou, esta quarta-feira, os exercícios realizados pelo Reino Unido nas Ilhas Malvinas, sublinhando que se opõem à vontade do país austral de resolver a questão por meios pacíficos.

Militares britânicos nas Ilhas Malvinas 
Créditos / Prensa Latina

Em comunicado, o Ministério argentino dos Negócios Estrangeiros refere-se à nova edição dos exercícios militares designados como Cape Bayonet, que reúnem diversas forças que «integram o dispositivo militar de ocupação ilegal» britânico nas ilhas.

Manifestando o seu repúdio, de forma categórica, a diplomacia argentina sublinha que tais acções constituem «uma injustificada demonstração de força», bem como um «deliberado afastamento das inúmeras resoluções das Nações Unidas e de outros organismos internacionais».

Essas entidades, lembra a nota, instam a Argentina e o Reino Unido a retomar as negociações, de modo a encontrar uma solução pacífica e definitiva para a disputa de soberania que envolve ambos os estados.

A insistência do Reino Unido na realização de exercícios militares no Atlântico Sul viola a resolução 31/49 da Assembleia Geral das Nações Unidas que exorta ambas as partes a abster-se de tomar decisões unilaterais que provoquem alterações na situação, quando as Malvinas passam pelo processo de negociação por ela recomendado, destaca o ministério argentino.

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O governo argentino reitera os direitos do seu país sobre as Ilhas Malvinas

Reafirmou-se hoje, quando passam 188 anos da ocupação britânica daquele território, o compromisso argentino numa solução pacífica e em pleno respeito pelo direito internacional e da sua soberania.

Créditos / revistaforum.com.br

As Ilhas Malvinas continuam a ser objecto de disputa entre a Argentina e o Reino Unido, porque este país continua a não dar cumprimento a diferentes resoluções das Nações Unidas.

Para assinalar os 188 anos da usurpação das Ilhas Malvinas, o Ministério das Relações Externas da Argentina dirigiu, à Secretaria-Geral das Nações Unidas, uma missiva onde requer que sejam renovados esforços para o cumprimento das sucessivas resoluções deste organismo sobre esta matéria.

Esta questão que é fundamental para o povo argentino, está plasmada na sua Constituição Nacional, e constitui «uma política de Estado», explica-se em comunicado, onde se anuncia também a pretensão de retomar as negociações com o governo de Londres, de acordo com as reiteradas solicitações feitas pela comunidade internacional.

Para assinalar a memória sobre a data em que este território foi ilegalmente ocupado por forças britânicas, o governo argentino revelou que prentende recuperar o exercício efectivo da sua soberania sobre as Ilhas Malvinas, de acordo com o direito internacional, e respeitando os seus habitantes.

Recorda-se também, no documento, que estão também em causa a exploração de recursos naturais que deveriam estar ao serviço da Argentina, ao mesmo tempo que se verifica uma permanente e desproporcionada presença militar britânica.

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«A presença militar contradiz também a resolução 41/11 da Assembleia Geral […] que, entre outras deliberações, exorta os estados de todas as demais regiões» a «respeitarem escrupulosamente a região do Atlântico Sul como zona de paz e cooperação, em particular através da redução e eventual eliminação da sua presença militar na região referida», acrescenta o texto.

Santiago Cafiero, ministro argentino dos Negócios Estrangeiros, tem apontado em diversas ocasiões que a presença de forças militares britânicas nas ilhas se opõe à vontade expressa pelas autoridades do país sul-americano de «resolver a controvérsia por meios pacíficos, em conformidade com o direito internacional e as deliberações das Nações Unidas».

Destacou, além disso, que a «alegada condição defensiva» da base militar britânica no Atlântico Sul é «totalmente injustificada» e constitui uma ameaça para toda a região.

O governo do país austral «reafirma uma vez mais a sua soberania sobre as Ilhas Malvinas, Geórgia do Sul e Sandwich do Sul e os espaços marítimos circundantes, que são parte integrante do território nacional da República Argentina», lê-se no documento.

Estes espaços, recorda o texto, «encontram-se ilegitimamente ocupados» pelo Reino Unido e são alvo de uma disputa reconhecida pelas Nações Unidas, por via da «resolução 2065 e posteriores da Assembleia Geral», bem como de outras organizações e fóruns internacionais.

Neste sentido, o executivo argentino reitera que a «controvérsia» deve ser resolvida de forma bilateral entre ambos os países, mostrando-se disposto a retomar as negociações.

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