|Saara Ocidental

Avança na Argentina rede de jornalistas e meios solidários com o Saara Ocidental

Jornalistas, comunicadores e órgãos de comunicação juntaram-se em Buenos Aires para criar uma rede de difusão da situação no Saara Ocidental junto dos meios de comunicação do país austral.

Em Buenos Aires, jornalistas e órgãos de comunicação criaram uma rede mediática solidária com o Saara Ocidental Créditos / SPS

A iniciativa de criar a Rede de Comunicadores e Meios em solidariedade com o Saara Ocidental, explica o Sahara Press Service (SPS), surgiu ligada à Primeira Conferência Mediática de Solidariedade com o Povo da República Árabe Saarauí Democrática (RASD), que decorreu em Maio último nos acampamentos de refugiados saarauís e no âmbito da qual nasceu a Federação de Jornalistas e Profissionais dos Meios de Comunicação Solidários e Interessados pela Causa Saarauí.

O encontro desta segunda-feira na capital argentina teve lugar na sede da central sindical CTA-Autónoma e contou com a participação do seu responsável de comunicação de relações internacionais, Mariano Vázquez, que procedeu à leitura da «Declaração de Bojador», emanada da conferência e onde são estabelecidas linhas de trabalho e desafios para a Federação de Comunicadores ali criada.

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Apelo ao fim do cerco mediático contra o Saara Ocidental

A União de Jornalistas e Escritores Saarauís pediu ao mundo, esta quinta-feira, que rompa o cerco mediático em torno da luta do povo saarauí pela recuperação dos territórios ocupados por Marrocos.

Nafi Ahmed Mohamed, secretário-geral da União de Jornalistas e Escritores Saarauís, a intervir na primeira jornada de trabalhos 
CréditosLuis Enrique González / PL

Na jornada inicial da I Conferência Mediática de Solidariedade com o Povo da República Árabe Saarauí Democrática (RASD), que decorre no campo de refugiados de Bojador (Argélia), os oradores defenderam que deve ser mostrada a verdadeira história deste povo, «com objectividade e sem imparcialidade».

A necessidade de criar uma frente comum para enfrentar a desinformação sobre o actual panorama no Saara Ocidental foi abordada por Nafi Ahmed Mohamed, secretário-geral da União de Jornalistas e Escritores Saarauís (UJES), que também agradeceu a presença dos cerca de 120 convidados de quase três dezenas de países, refere a Prensa Latina.

De acordo com a agenda de dois dias, a conferência organizada no campo localizado no deserto argelino, prevê adoptar um roteiro para difundir um discurso com «a mensagem verdadeira da causa da independência, soberania e integridade territorial».

O encontro conta com a participação de cerca de 120 convidados de quase três dezenas de países / SPS

O encontro mediático, que reúne, entre outros, representantes da África do Sul, Tunísia, Argélia, Rússia, Cuba, Alemanha, Espanha, Itália, Brasil e Chile, tem ainda como propósito apelar à criação de ligas de jornalistas solidários com a causa saarauí e promover uma declaração contra a duplicidade de critérios na informação.

Uma das várias intervenções na sessão de abertura esteve a cargo da responsável de informação do governo da RASD, Maaluma Larabas, que apelou a uma abordagem jornalística não enviesada, como ocorre na imprensa dominante, onde predomina a perspectiva marroquina.

Tanto o secretário-geral da presidente da UJES como Larabas destacaram a presença da Prensa Latina no evento, uma agência que «sempre abordou com oportunidade» aquilo que ambos afirmaram ser a «justa luta» do seu povo.

Maaluma Larabas, responsável de informação do governo da RASD / SPS

Neste contexto, consideraram significativo que o próprio presidente da principal agência noticiosa da América Latina, Luis Enrique González, esteja ali presente, participando com contributos para os quais conta a experiência de quase 65 anos a enfrentar bloqueios mediáticos em Cuba.

O primeiro dia da conferência contou também com intervenções do ministro dos Negócios Estrangeiros da RASD, Mohamed Sidati, de especialistas nacionais e estrangeiros num painel centrado na situação política e diplomática da questão do Saara Ocidental, indica a Prensa Latina.

Especialistas nacionais e estrangeiros intervieram nos debates do primeiro dia, no campo de Bojador (Argélia) // Luis Enrique González / PL

Houve ainda debates sobre o panorama dos direitos humanos nos territórios ocupados e a sua violação por parte do ocupante marroquino, enquanto comandantes militares abordaram as acções das suas forças no terreno desde a ruptura do acordo de paz, em Novembro de 2020.

No evento, que termina hoje, deverão ser também abordados temas como a questão saarauí e a batalha jurídica pelos recursos naturais, o trabalho jornalístico e os mecanismos para um maior alcance da mensagem mediática, indica a Sahara Press Service.

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Na ocasião, Vázquez disse que uma das máximas da central é que «cada uma das nossas sedes no país é território saarauí». «Esta é casa do povo saarauí, portanto, é também a casa de quem abraça a sua causa», frisou.

Por seu lado, Lorena Lores, presidente da Asociación Sáhara Libre Argentina (ASLA) e responsável pelo programa de rádio «Galiza Migrante», afirmou que «a ideia é que o povo argentino seja mais um dos que reconhecem a RASD», tendo ainda convidado os participantes a juntar-se a esta iniciativa, de modo a derrubar «o cerco informativo».

Já Dayana López Villalobos, correspondente na Argentina da SPS e da RasdTV, destacou que a iniciativa toma Bassiri como referência (Mohamed Sidbrahim Bassiri), jornalista e um dos fundadores da luta nacional saaarauí, que foi detido e desapareceu a 17 de Junho de 1970, no contexto de manifestações contra as forças coloniais espanholas.

Diplomacia de paz contra a manipulação

O evento teve como convidados especiais, entre outros, Mohamed Ali Ali Salem, representante da Frente Polisário na Argentina, e Lotfi Sebouai, embaixador da Argélia em Buenos Aires.

O representante da Frente agradeceu aos profissionais presentes, aos órgãos de comunicação aliados e à Central dos Trabalhadores da Argentina (CTA-Autónoma) pelo apoio prestado à causa do seu povo, e definiu o momento como «importantíssimo».

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Em Buenos Aires, casa cheia de solidariedade com o povo saarauí

No contexto das celebrações dos 51 anos da Frente Polisário, Buenos Aires foi palco de um acto solidário com o povo saarauí, com a participação dos embaixadores da Argélia e Cuba no país sul-americano.

Créditos / RL

O acto de celebração dos 51 anos da Frente Polisário, legítima representante do povo saarauí, decorreu este sábado na sede da Federação das Associações Galegas da República Argentina (FAGRA) e incluiu música, dança, poesia e a inauguração da mostra fotográfica «100 olhares por um Saara Livre», refere o portal Resumen Latinoamericano.

As intervenções políticas estiveram a cargo de Lotfi Sebouai, embaixador da Argélia em Buenos Aires; Pedro Pablo Prada, embaixador de Cuba; Jorge Kreyness, secretário de Relações Internacionais do Partido Comunista da Argentina, e de Mohamed Ali Ali Salem, representante da Frente Polisário e embaixador da República Árabe Democrática Saarauí (RASD) na Argentina.

Lembrando que a RASD é membro de pleno direito e fundador da União Africana, o diplomata argelino afirmou que a causa saarauí está inscrita nas Nações Unidas como uma questão de descolonização e sublinhou que o Saara Ocidental é a última colónia em África.

RL

Neste contexto, fez um apelo a todas as forças vivas da Argentina, da América Latina e do mundo para que apoiem a luta do povo saarauí contra a ocupação marroquina.

Direito a um «Estado livre, soberano, independente»

Por seu lado, o embaixador cubano, Pedro Pablo Prada, afirmou que estar ali era «um dever, uma obrigação básica», acompanhando os irmãos saarauís na defesa do seu direito a existir na sua terra e a «ter um Estado livre, soberano e independente».

O diplomata cubano lembrou que o seu país foi dos primeiros a apoiar o povo saarauí, logo em 1973. «Tinha-se organizado a Frente [Polisário] e os primeiros encontros com os dirigentes saarauís ocorreram na histórica Cimeira dos Não-Alinhados em Argel, com a presença de Fidel, num momento muito difícil, de crise de ideias, de confrontos internacionais, e ali conseguimos salvar o movimento dos Não-Alinhados que alguns queriam afundar, desarmar, inclusive fazer desaparecer», disse Prada.

«É louvável»

Em nome da Frente Polisário, interveio Mohamed Ali Ali Salem, que agradeceu a presença das representações diplomáticas, das organizações sociais, políticas e culturais, antes de afirmar que «Marrocos queria uma terra sem ninguém, queria vir pelas riquezas do Saara Ocidental».

«A Argélia abriu as suas portas e cedeu-nos um pedaço de terreno desértico, mas onde nós exercemos a nossa soberania», disse, acrescentando: «É louvável. Os argelinos para entrar na sua própria terra, que nos cederam há 48 anos, têm de nos pedir autorização e isso é louvável.»

RL

Neste contexto, apontou a Argélia como exemplo, e referiu-se também a Cuba, à Venezuela, às Honduras, «que nos apoiam sem interferir nos nossos assuntos», indica a fonte.

Num evento em que estiveram presentes representantes sindicais, culturais e várias personalidades, foi também inaugurada a mostra fotográfica «100 olhares por um Saara Livre», cuja apresentação esteve a cargo da documentarista Manuela Blanco e de Luis Fernández, presidente da FAGRA.

Blanco explicou que a mostra conta com trabalhos de 20 autores da Argentina, México, Uruguai, Venezuela e RASD, com uma participação especial da Escola de Formação Audiovisual Abidin Kaid Saleh, localizada nos campos de refugiados.

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Isto porque, em seu entender, «se está a lançar a primeira pedra numa questão central», já que «as fake news [notícias falsas]» da propaganda marroquina «sobre as violações sistemáticas dos direitos humanos» são divulgadas «como supostas verdades». Nesse sentido, pediu aos profissionais da comunicação social na Argentina que «não o permitam, que nos enganem e manipulem».

No encontro participaram jornalistas de órgãos como Periodistán, Resumen Latinoamericano, Página 12, La Tinta, Data Urgente, Radio con Aguante, Quinto Poder, Periodistas Argentinas, além de jornalistas de vários programas de rádio e representantes de diversas associações argentinas.

Na capital argentina, sublinhou-se que a criação desta rede irá contribuir para a mobilização da opinião pública, e servirá para combater as operações de desinformação e bloqueio mediático sobre a causa saarauí no país sul-americano.

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