No dia em que assinalava a primeira tomada de posse de Evo Morales – 22 de Janeiro de 2006 – como presidente do país andino, bem como o fim da República e o nascimento do Estado Plurinacional da Bolívia – 22 de Janeiro de 2010 –, o presidente indígena dirigiu-se ao plenário da Assembleia Legislativa, em La Paz, para fazer um balanço dos primeiros 12 anos da Revolução Democrática e Cultural, e revelar as metas para os próximos anos.
«Já são 12 anos de estabilidade social e política» e «estou aqui para prestar contas a todo o povo boliviano», disse Evo Morales, que agradeceu a quem o acompanhou na sua governação e ao povo da Bolívia, na medida em que foi o povo, nos mais variados sectores e ocupações, que permitiu «mudar o país, levantar a pátria, recuperar a dignidade nacional, a soberania política, a independência económica e avançar na justiça social», sublinhou, citado pela Prensa Latina.
Numa exposição que durou mais de duas horas, Morales destacou o facto de, pelo quarto ano consecutivo, a Bolívia liderar o crescimento do produto interno bruto (PIB) na América do Sul. Este facto – reconhecido por instituições como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional – e todos os avanços alcançados a nível social e político nos últimos 12 anos «foram possíveis graças à nacionalização dos hidrocarbonetos e dos recursos naturais», e à «nacionalização da indústria», sectores essenciais para o país, onde, apesar das «ameaças de bloqueio ao investimento» caso fossem nacionalizados, «o investimento triplicou», enfatizou, citado pela TeleSur.
Fim do derrotismo
«Quando a vontade do povo e do Estado se unem, é possível sair do atraso histórico», afirmou o chefe de Estado, valorizando o enorme crescimento económico registado no país na vigência da Revolução Cultural e Democrática, que mais salta à vista quando comparado com o do período imediatamente precedente (1994-2005).
O mandatário salientou o grande investimento público realizado pelo seu governo, que hoje garante aos bolivianos a alimentação e a distribuição da água, e que «está presente para resolver qualquer problema com que o povo se depare».
Morales recordou que, antes de chegar à governação do país, um presidente disse que «a Bolívia está a morrer», e sublinhou que hoje «se acabaram as lamentações e a perspectiva derrotista», pois, em 12 anos, «o país saiu da cave para liderar a sub-região em crescimento económico e estabilidade», indica a Prensa Latina.
Menos desigualdade, melhor saúde e educação
Em função das políticas implementadas nos últimos 12 anos na Bolívia, a desigualdade social diminuiu e o país apresenta «a menor taxa de desemprego na América Latina», frisou Morales.
Na Educação, os avanços também são evidentes, sendo exemplos apontados a diminuição do abandono escolar e o aumento do número de estudantes que concluem o Ensino Secundário. Ao nível da Saúde, Morales destacou o investimento público na construção de hospitais (cresceu 50% nos últimos 12 anos), a diminuição da mortalidade infantil e da má-nutrição crónica em crianças menores de cinco anos (ambas baixaram cerca de 50%), e a melhoria no atendimento pré-natal.
Entre outros aspectos, Morales valorizou ainda os resultados alcançados nos últimos 12 anos pelo governo da Bolívia na luta contra o narcotráfico, a corrupção e o enriquecimento ilícito.
Cinco objectivos para o futuro próximo
Como eixos fundamentais de trabalho para este ano e o futuro imediato, Evo Morales destacou cinco compromissos: fazer da Bolívia um país industrializado; garantir ao povo boliviano uma saúde próxima, gratuita e universal; elevar a qualidade e tecnicização da educação; reforçar o investimento público como principal factor de criação de emprego e garantir uma Justiça rápida e eficaz, colocando a ênfase no combate à corrupção e na defesa da transparência.
Tendo em conta que a Bolívia, pelas opções políticas que o seu governo defende, é um alvo – mediático e não só – do «imperialismo», Morales instou o povo, as organizações sociais a «manter e reforçar a unidade com o governo», refere a Prensa Latina, tendo sublinhado «o papel dos jovens para dar continuidade ao processo».
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