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Bolívia e China negoceiam acordo sobre indústria do lítio

A empresa estatal Yacimientos de Litio Bolivianos deu início, esta segunda-feira, às negociações com a chinesa Citic Guoan, para a instalação de uma unidade industrial de extracção directa de lítio (EDL) em Potosí.

O Salar de Uyuni possui as maiores reservas conhecidas de lítio no mundo
Salar de Uyuni, Bolívia Créditos / Wanderlust

A presidente da Empresa Pública Nacional Estratégica YLB, Karla Calderón, afirmou que as negociações têm lugar depois de terem sido conhecidos os resultados de viabilidade para a instalação da fábrica.

«Depois de ter abordado a questão da viabilidade técnica, estamos a sentar-nos à mesa das negociações com a empresa Citic, estão a ser vistos factores financeiros, económicos, de investimento e de tempo de implementação», explicou, citada pela Agencia Boliviana de Información (ABI).

Calderón sublinhou que o objectivo «é obter o maior benefício tanto para o Estado boliviano como para a empresa investidora».

Karla Calderón, presidente da empresa estatal YLB / ABI

Acrescentou que as negociações ocorrem no quadro do modelo que o país andino-amazónico classifica como «soberano», em que «se protege a propriedade do recurso evaporítico para o povo boliviano».

Uma vez alcançado um acordo com a empresa chinesa, o contrato será elaborado e enviado à Assembleia Legislativa Plurinacional para a sua aprovação, disse ainda a responsável.

 A empresa chinesa é uma das que participaram no primeiro concurso internacional para a selecção de tecnologia de extracção directa de lítio (EDL).

Em Junho de 2023, assinou um acordo com a YLB para a realização de estudos técnicos que possibilitem a construção de uma unidade industrial de carbonato de lítio, com capacidade até 25 mil toneladas anuais, indica a ABI.

«Os resultados (dos estudos) foram bastante favoráveis, evidenciando a viabilidade técnica, a disponibilidade de salmoura e a questão da água, que é bastante importante, e, obviamente, a possível localização da fábrica nesta região», informou Karla Calderón.

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Bolívia procura reforçar exploração de lítio com tecnologia EDL

A Bolívia prevê receitas superiores a quatro mil milhões de dólares só com a comercialização do carbonato de lítio produzido com a tecnologia de extração directa (EDL), afirmou uma fonte do executivo.

Créditos / Prensa Latina

«Só na área da EDL, que nos vai reforçar de forma rápida, a obtenção do carbonato de lítio assenta numa produção de 100 mil toneladas até 2025 e, ao preço actual, seriam uns quatro mil milhões (em receitas)», afirmou à rádio ATB o vice-ministro das Altas Tecnologias Energéticas, Álvaro Arnez.

Na entrevista, o vice-titular disse que, actualmente, a tonelada deste composto químico está quotizada a 40 mil dólares.

Arnez destacou que o país sul-americano está a desenvolver um «plano intenso de investimentos» e, nesse sentido, recordou os acordos firmados com duas empresas chinesas e uma russa com vista à introdução da tecnologia EDL, sublinhando que respeitam o conceito de «soberania», de acordo com o qual a Bolívia mantém o controlo total sobre a cadeia do lítio.

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Bolívia consolida processo de industrialização do lítio com acordos

O presidente boliviano, Luis Arce, afirmou esta quinta-feira que a indústria do lítio no país se consolida com os acordos firmados com empresas da Rússia e da China, no valor de 2,8 mil milhões de dólares.

O Salar de Uyuni possui as maiores reservas conhecidas de lítio no mundo
Créditos / Wanderlust

Arce disse que duas empresas, uma russa e outra chinesa, vão participar na exploração do Salar de Uyuni e no de Pastos Grandes, ambos no departamento de Potosí, com tecnologia de extracção directa de lítio (EDL).

«Hoje, também estamos a consolidar o processo de industrialização do nosso país. Em Janeiro, tínhamos assinado um acordo de investimento com o consórcio [chinês] CBC por 1,4 mil milhões de dólares», afirmou num breve discurso em La Paz.

Acrescentou que existe um contrato com cada uma das empresas para chegar a mais 1,4 mil milhões, aproximadamente, «pelo que, entre Janeiro e Junho deste ano, a Bolívia firmou acordos por 2,8 mil milhões para a industrialização do lítio», destacou, citado pela Agencia Boliviana de Información (ABI).

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Acordo Bolívia-China para exploração do lítio implica «revolução técnico-científica»

Em entrevista à Sputnik, o professor brasileiro Bruno Lima Rocha destacou o acordo recente sino-boliviano para instalar dois complexos industriais com tecnologia de extracção directa de lítio (EDL).

Créditos / Kawsachun News

Sobre o projecto, que vai ser implementado em Potosí e Oruro, o professor de Relações Internacionais na Universidade Federal do Rio de Janeiro disse que vai «implicar uma revolução técnico-científica» na exploração do lítio.

Este mineral é designado como o «ouro branco» do século XXI, devido à sua importância para as indústrias aeroespacial e automóvel, e cerca de dois terços das reservas mundiais conhecidas encontram-se no triângulo formado por Argentina, Bolívia e Chile.

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Governo boliviano promove reactivação da indústria do lítio

Com o golpe apoiado pelos EUA, a Bolívia interrompeu o processo de industrialização do lítio que iniciara pela mão da empresa nacionalizada YLB. O governo de Luis Arce está a reactivar todo esse processo.

Salar de Uyuni
Créditos / infraroi.com.br

Marcelo Gonzales tomou posse, esta segunda-feira, como novo presidente executivo da empresa Yacimientos de Litio Bolivianos (YLB), tendo como missão reactivar o processo de industrialização de um recurso estratégico para o desenvolvimento do país andino-amazónico, informa a agência ABI.

Gonzales, que tem uma larga trajectória neste sector e na YLB, foi empossado pelo ministro boliviano dos Hidrocarbonetos e Energia, Franklin Molina, que na sua intervenção destacou os passos importantes dados pelo governo do ex-presidente Evo Morales para criar a indústria do lítio com soberania e parcerias internacionais.

Molina considerou importante a articulação da política energética, «porque o lítio permitirá o desenvolvimento económico do país e das regiões produtoras», tendo em conta o seu «elevado valor acrescentado e a procura de baterias de lítio a nível internacional».

Afirmou ainda que se trata de um grande desafio, uma vez que a indústria esteve praticamente parada um ano, com a intervenção do governo golpista liderado por Jeanine Áñez.

Por seu lado, o novo presidente executivo da YLB agradeceu a confiança nele depositada e afirmou que a empresa possui os recursos humanos qualificados e necessários para «entrar na etapa de industrialização do lítio» e dar sequência ao foi estabelecido até Outubro de 2019, indica a Prensa Latina.

Marcelo Gonzales precisou que entre os principais projectos se contam a construção de otras unidades industriais, como as de ião lítio e cátodos nos salares de Coipasa Uyuni (departamento de Oruro) e Pastos Grandes (Potosí).

As actividades de produção na unidade industrial de cloreto de potássio e da unidade semi-industrial de carboneto de lítio foram travadas pelo governo golpista de Jeanine Áñez, na sequência do golpe de Estado que levou Evo Morales a renunciar ao cargo, em Novembro de 2019.

Maiores reservas conhecidas de lítio

Mais de 50% dos depósitos de lítio a nível mundial encontram-se no chamado Triângulo do Lítio – Argentina, Bolívia e Chile – e é nos desertos montanhosos da Bolívia – o Salar de Uyuni – que existem as maiores reservas conhecidas de lítio.

O governo de Morales assumiu uma posição de cautela com estas reservas de lítio, deixando claro que o precioso recurso não devia ser entregue às multinacionais, que os lucros deviam partilhados com o povo boliviano e que qualquer acordo deveria passar pela Comibol, a empresa mineira nacional, e com aYLB, a empresa nacional de lítio.

Com Evo Morales, o objectivo era não a exportação da matéria-prima, mas assumir o processo de industrialização no país – algo que já estava a avançar, com YLB a fabricar baterias de lítio e mesmo um carro eléctrico, em parceria com a empresa alemã ACISA.

É esse processo, travado pelo governo golpista, que o governo de Luis Arce procura reactivar, colocando os recursos naturais ao serviço do país para erradicar a pobreza e aumentar a soberania.

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Na entrevista à Sputnik, o investigador brasileiro afirma que, «se outros países copiarem o modelo boliviano de industrialização do lítio e contarem com uma associação rentável para a transferência de tecnologia, poderão ter êxito».

Também destacou a importância de substituir «a tradição latino-americana de exportação de minerais por uma complexa transformação da matéria-prima».

«Ou seja, não se limitar a vender no mercado internacional, mas tentar criar um ciclo completo. Uma parte do lítio vende-se ao mercado internacional, por exemplo, à China, mas a outra parte destina-se ao processamento, transferência e desenvolvimento tecnológico», disse.

Lima Rocha, que publicou recentemente o artigo «A "guerra do lítio mineral" e o Império na América Latina», considera o modelo boliviano «interessante», mas sublinha a necessidade de «investimento». Além da China, apontou que o Banco do Sul e o banco BRICS poderiam contribuir para este processo.

Também defendeu que o processo de industrialização deve ter lugar fora do quadro do dólar norte-americano: «Se estas operações forem realizadas à margem do padrão dólar, então será perfeito. Estaríamos a falar, na verdade, de um salto qualitativo para a presença latino-americana no mercado e no sistema internacional», frisou.

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Sector mineiro recupera produção e contribui para o desenvolvimento da Bolívia

O aparelho produtivo do sector mineiro, praticamente parado durante o governo golpista, foi reactivado. As exportações ultrapassaram os cinco mil milhões de euros em 2021, informou o responsável da tutela.

O Salar de Uyuni possui as maiores reservas conhecidas de lítio no mundo
Créditos / Wanderlust

Numa sessão de prestação de contas públicas, que decorreu esta quinta-feira em La Paz, o ministro da Mineração e Metalurgia destacou que «esta meta foi possível graças a ajustamentos estratégicos e institucionais; […] à preocupação com a ampliação das reservas mineiras, ao contacto permanente com sectores interessados no investimento».

Ramiro Villavicencio afirmou ainda a importância da industrialização dos minerais do país sul-americano, bem como do «diálogo permanente com agentes privados, estatais e cooperativas, que permitiram o desenvolvimento mineiro».

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Progressiva «recuperação económica» da Bolívia destacada por Arce

O presidente boliviano, Luis Arce, sublinhou esta segunda-feira a progressiva recuperação económica com base no aumento da actividade no sector dos hidrocarbonetos, um dos mais importantes do país.

Luís Arce aposta na industrialização com justiça social e quer que as universidades participem no desenvolvimento do país, ao serviço dos interesses do povo 
Créditos / economy.com.bo

«O sector dos hidrocarbonetos recupera a par da reactivação económica. De Janeiro a Abril de 2021, a actividade do petróleo e gás natural cresceu 11,1%. Temos um plano para reactivar de forma integral a área dos hidrocarbonetos da Bolívia!», escreveu Arce na sua conta de Twitter.

No final da semana passada, refere a Agencia Boliviana de Información (ABI), o vice-presidente da Administração de Contratos e Fiscalização da Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), Armin Dorgathen, informou que empresa estatal está a preparar um plano para duplicar ou triplicar a produção de petróleo e substituir a importação de combustíveis líquidos.

Dorgathen, que sublinhou a importância que tem para o país não ficar dependente das importações e apostar na exploração da riqueza dos recursos nacionais, disse ainda que a YPFB, além do plano de exploração já conhecido, prevê avançar com a perfuração de três novos poços no campo Boquerón durante este ano e o próximo.

Universidades devem ser protagonistas do desenvolvimento

No âmbito das cerimónias comemorativas do 91.º aniversário da autonomia universitária – promulgada na Bolívia a 25 de Julho de 1930 –, o chefe de Estado pediu este domingo às universidades públicas que sejam protagonistas no desenvolvimento económico, produtivo e social de Bolívia, «para o se requer universitários e profissionais comprometidos com o povo e com os seus interesses», indica a ABI.

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Petrolífera estatal boliviana vai explorar zonas estratégicas do país

A Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) anunciou um plano de exploração em três das zonas estratégicas do país, para aumentar as reservas de hidrocarbonetos e diminuir a dependência externa.

Créditos / ABI

O Subandino sul e norte, Boomerang e Madre de Dios são as zonas estratégicas do país sul-americano onde a YPFB vai levar a efeito o projecto, ao longo deste ano e do seguinte, informou este fim-de-semana um representante da empresa petrolífera estatal.

Armin Dorgathen, vice-presidente da administração de contratos e fiscalização da YPFB, sublinhou que se trata de «um plano exploratório agressivo para salvaguardar e manter as quotas de mercados na Argentina e no Brasil», informa a Agencia Boliviana de Información (ABI).

«Enquanto administração, queremos que os nossos índices de reservas sejam maiores», explicou o responsável, precisando que o Subandino se localiza nos departamentos de Tarija, Chuquisaca e Santa Cruz; o Boomerang fica em Santa Cruz e Cochabamba, enquanto o Madre de Dios se situa nos departamentos de Pando, Beni e La Paz (parte Norte).

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Bolívia vai concluir 1800 obras que foram interrompidas pelo golpe de Estado

O presidente boliviano anunciou esta segunda-feira que o seu governo vai concluir pelo menos 1800 obras promovidas pelo ex-presidente Evo Morales e que ficaram paradas após a intentona golpista de 2019.

Luis Arce na tribuna do comício realizado pelo Movimento para o Socialismo (MAS) para celebrar a vitória nas eleições de 18 de Outubro, em El Alto, La Paz, Bolívia, a 24 de Outubro de 2020
Créditos / Twitter/Luis Arce Catacora

«Estamos a concluir o que já estava a ser construído em todo o país, mais de 1800 projectos, e depois vamos começar novas obras», afirmou Luis Arce no acto de entrega da Unidade Educativa Tomás Katari, no município de Macha (departamento de Potosí).

«Quando assumi o cargo, deparei-me com um Estado endividado, mas temos estado a trabalhar durante todo este tempo e, agora, estamos a terminar todas as obras. Por isso, o nosso lema é "obra terminada, obra 100% paga também"», afirmou, citado pela Agência Boliviana de Informação (ABI).

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Morales regressou a Chimoré, denunciou o golpe e pediu apoio para Lucho

Cerca de um milhão de pessoas juntaram-se para receber Evo na pista de onde levantou voo, há um ano, com destino ao exílio, no México. Morales denunciou o golpe e lançou uma mensagem de unidade.

 Cerca de um milhão de pessoas deram as boas-vindas a Evo Morales, em Chimoré, local de onde partiu para o exílio há um ano; com ele, o seu ex-vice-presidente. Álvaro García Linera
Créditos / @evoespueblo

«Vem lá dura luta, temos de acompanhar e estimar o irmão Lucho [Luis Arce]», disse ontem Morales na maior das concentrações realizadas desde que regressou ao país, na segunda-feira.

Na pista do aeroporto de Chimoré, no Trópico de Cochabamba, estima-se que cerca de um milhão de pessoas, provenientes de todo o país, se juntaram para receber o ex-presidente da Bolívia. A data era simbólica, já que esta quarta-feira passava exactamente um ano desde que Morales se viu forçado a fugir para o exílio, na sequência do golpe de Estado.

Ao falar para a multidão, Evo Morales defendeu que a exploração dos recursos naturais e estratégicos é uma via legítima para recuperar a soberania e a dignidade dos povos contra a subjugação pelo imperialismo norte-americano, indica a TeleSur.

Morales afirmou que a direita não aceita que os índios tenha conseguido mudar a Bolívia, referindo que, apesar dos erros cometidos, o Movimento para o Socialismo (MAS) mostrou que governa melhor o país que os neoliberais, sem ter de seguir as habituais receitas do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O desenvolvimento alcançado na Bolívia e a grande melhoria das condições de vida do povo boliviano com base na nacionalização dos recursos naturais, fora do modelo capitalista, é algo que o imperialismo, que os Estados Unidos não perdoaram, sublinhou o ex-presidente, que enumerou provas de que o golpe de 2019 teve motivações económicas, para atacar o modelo alternativo de desenvolvimento do país sul-americano e deitar mão aos seus recursos.

Ainda sobre o golpe de Estado de 2019, Evo Morales disse que «derrotámos a direita e vamos continuar a derrotá-la porque somos um povo unido, organizado, mobilizado, que mostrou que em pouco tempo se pode mudar a Bolívia».

«Em menos de um ano recuperámos a democracia, voltámos ao governo; isso é algo inédito, histórico, único no mundo», disse, acrescentando que a vitória de Luis Arce e do MAS nas eleições de 18 de Outubro veio confirmar que, há um ano, não houve qualquer fraude, como alegaram os golpistas.

Organizações sociais reconhecem «liderança social indiscutível de Morales»

Morales chegou à Bolívia na passada segunda-feira, atravessando a fronteira internacional entre a Argentina – país onde esteve exilado desde Dezembro do ano passado – e o seu país em La Quiaca. Em Villazón, já no lado boliviano, teve início uma caravana de três dias pelas estradas dos departamentos de Potosí, Oruro e Cochabamba, até chegar a Chimoré.


Na concentração gigante de ontem estiveram presentes o líder do Senado, Andrónico Rodríguez, Juan Carlos Huarachi, secretário-geral da Central Obrera Boliviana, o candidato presidencial equatoriano Andrés Arauz, entre outros representantes de delegações internacionais, sindicatos, organizações populares.

Estava previsto que o presidente da República, Luis Arce, estivesse presente, mas tal não foi possível. Morales disse que falou com ele duas vezes ao telefone, na madrugada e manhã de ontem, sobre a nomeação dos membros do novo governo, na sequência da vitória esmagadora do MAS nas eleições gerais.

Antes da intervenção de Morales, representantes de organizações sociais da Bolívia leram um manifesto em que reconhecem a liderança social indiscutível de Morales, a sua governação unitária e o seu êxito em fazer da Bolívia um país independente e digno, informa a Prensa Latina.

No documento, comprometem-se a defender as conquistas da revolução democrática e cultural a nível político, social, económico e cultural, procurando alcançar êxitos económicos, maior igualdade, independência nacional e identidade pluricultural.

Também pedem segurança para o ex-presidente boliviano, tendo em conta as ameaças de morte contra ele vertidas na Internet desde que regressou ao país.

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Acrescentou que o actual governo assumirá todos os compromissos realizados pelo executivo de Morales (2006-2019), uma vez que beneficiam as populações das cidades e das áreas rurais.

Na comitiva que acompanhou Arce integrava-se o ministro da Educação, Adrián Quelca, que destacou a importância da construção da infra-estrutura educativa, no âmbito da estratégia do governo boliviano que faz de 2021 «o ano da recuperação do direito à educação».

A estrutura terminada e entregue implicou um investimento de cerca de 700 mil dólares. Conta com 12 salas de aula, dois laboratórios, oficinas, sala de reuniões e um campo multifuncional, precisa a agência Prensa Latina.

Apelo à unidade contra a desestabilização

Ao participar na tradicional Festa do Tinku, no mesmo município, o presidente da Bolívia pediu ao povo que se mantenha unido face a certas tentativas de desestabilização da direita.

«Vivemos em paz e tranquilidade, queremos trabalhar, mas a direita não dorme», disse Arce, sublinhando: «Por isso, mais que nunca, unidade, irmãos, entre todos nós.»

O chefe de Estado, que participava numa festa que é património cultural da Bolívia, recordou o papel importante dos municípios do Norte de Potosí na recuperação da democracia e a sua luta contra o golpe de Estado de Novembro de 2019, informa a ABI.

«Mostraram-no várias vezes, mostraram-no no bloqueio de caminhos de Agosto do ano passado, quando, graças a essa mobilização, dissemos "não" ao "prorroguismo" do governo golpista [sobre a data das eleições] e conseguimos uma data definitiva [18 de Outubro]», destacou.

«Estamos a levar o país para a frente, temos o problema da pandemia de Covid-19, o da Educação e estamos a encarreirar a economia pouco a pouco», disse ainda o presidente acompanhado por autoridades locais.

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A YPFB espera ter, em 2025 e 2026, um maior número de reservas e que estas zonas potenciais, onde decorre o plano de exploração, dêem os resultados esperados, disse o Dorgathen.

«Este plano e os resultados positivos que gerar vão-nos permitir melhorar a balança comercial, ou seja, vender mais gás, produzir petróleo nacional e, com isso, diminuir a importação de diesel», defendeu.

De acordo com a ABI, os responsáveis da YPFB prevêem realizar a perfuração de 17 poços para encontrar hidrocarbonetos, mas esse número pode ser aumentado conforme o projecto for evoluindo.

Governo golpista deixou uma «dívida milionária»

Na sua conta de Twitter, o presidente da Bolívia, Luis Arce, denunciou este sábado que o executivo golpista liderado pela autoproclamada Jeanine Áñez deixou uma dívida enorme ao parar mais de 800 obras.

«Em 2020, o governo de facto paralisou mais de 800 obras da Unidade de Projectos Especiais do Ministério da Presidência, deixando uma dívida de 1800 milhões de pesos bolivianos» (cerca de 215 milhões de euros), escreveu Arce.

O chefe de Estado do país andino-amazónico comprometeu-se a «reverter os danos económicos causados pelo regime e reactivar todos os projectos em benefício do povo».

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«Retomámos o modelo económico, social, comunitário, produtivo e as universidades devem ser protagonistas no desenvolvimento da nossa pátria, das transformações estruturais, a nível científico e tecnológico, que nos permitam regressar à senda do crescimento económico com justiça social; industrialização com substituição de importações; industrialização de recursos naturais com soberania e dignidade», afirmou Luis Arce no seu discurso.

Reverter o mal feito pelo governo golpista

Durante os governos de Evo Morales (2006-2019), a economia do país andino-amazónico deu mostras de crescimento em várias áreas, de tal modo que a Bolívia se situava nos países da dianteira da América Latina.

Com o golpe de Estado de Novembro de 2019 e a gestão do governo golpista que se seguiu, registou-se um grande retrocesso, agravado pelo impacto da pandemia de Covid-19.

A acção do governo golpista ficou marcada pela travagem no investimento público, a privatização de sectores estratégicos, a corrupção e o roubo ao erário público, bem como o endividamento do país perante organismos financeiros internacionais, entre outros aspectos nefastos.

Com a recuperação da democracia, o governo de Luis Arce, do Movimento para o Socialismo (MAS), assumiu a tarefa de reverter esta situação e, mesmo no contexto da pandemia, em pouco mais de meio ano no poder os indicadores económicos começam a dar mostras de recuperação.

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No que respeita às exportações, explicou que cresceram 91% em relação à gestão anterior, alcançando 5,2 mil milhões de euros. «Em 2021, as exportações de minerais representaram 53% do total nacional», frisou, citado pela Agencia Boliviana de Información (ABI).

Em termos de projectos, destacou os avanços na consolidação do projecto da Unidade de Processamento de Zinco, em Oruro, no âmbito do Plano de Desenvolvimento Social 2021-2025. O orçamento previsto é cerca de 313 milhões de euros, e a infra-estrutura deve estar concluída em 2024, com financiamento do governo da República Popular da China.

Contactos com Rússia e Argélia no Fórum dos Países Exportadores de Gás

A Rússia manifestou a sua «total disposição» para cooperar com a Bolívia em projectos de hidrocarbonetos, lítio e tecnologia nuclear, numa reunião realizada no âmbito da VI Cimeira de Chefes de Estado e de Governo do Fórum dos Países Exportadores de Gás (GECF), que decorreu em Doha (Catar), disse esta quinta-feira o vice-ministro boliviano da Exploração de Hidrocarbonetos, Raúl Mayta.

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Governo boliviano promove reactivação da indústria do lítio

Com o golpe apoiado pelos EUA, a Bolívia interrompeu o processo de industrialização do lítio que iniciara pela mão da empresa nacionalizada YLB. O governo de Luis Arce está a reactivar todo esse processo.

Salar de Uyuni
Créditos / infraroi.com.br

Marcelo Gonzales tomou posse, esta segunda-feira, como novo presidente executivo da empresa Yacimientos de Litio Bolivianos (YLB), tendo como missão reactivar o processo de industrialização de um recurso estratégico para o desenvolvimento do país andino-amazónico, informa a agência ABI.

Gonzales, que tem uma larga trajectória neste sector e na YLB, foi empossado pelo ministro boliviano dos Hidrocarbonetos e Energia, Franklin Molina, que na sua intervenção destacou os passos importantes dados pelo governo do ex-presidente Evo Morales para criar a indústria do lítio com soberania e parcerias internacionais.

Molina considerou importante a articulação da política energética, «porque o lítio permitirá o desenvolvimento económico do país e das regiões produtoras», tendo em conta o seu «elevado valor acrescentado e a procura de baterias de lítio a nível internacional».

Afirmou ainda que se trata de um grande desafio, uma vez que a indústria esteve praticamente parada um ano, com a intervenção do governo golpista liderado por Jeanine Áñez.

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Marcelo Gonzales precisou que entre os principais projectos se contam a construção de otras unidades industriais, como as de ião lítio e cátodos nos salares de Coipasa Uyuni (departamento de Oruro) e Pastos Grandes (Potosí).

As actividades de produção na unidade industrial de cloreto de potássio e da unidade semi-industrial de carboneto de lítio foram travadas pelo governo golpista de Jeanine Áñez, na sequência do golpe de Estado que levou Evo Morales a renunciar ao cargo, em Novembro de 2019.

Maiores reservas conhecidas de lítio

Mais de 50% dos depósitos de lítio a nível mundial encontram-se no chamado Triângulo do Lítio – Argentina, Bolívia e Chile – e é nos desertos montanhosos da Bolívia – o Salar de Uyuni – que existem as maiores reservas conhecidas de lítio.

O governo de Morales assumiu uma posição de cautela com estas reservas de lítio, deixando claro que o precioso recurso não devia ser entregue às multinacionais, que os lucros deviam partilhados com o povo boliviano e que qualquer acordo deveria passar pela Comibol, a empresa mineira nacional, e com aYLB, a empresa nacional de lítio.

Com Evo Morales, o objectivo era não a exportação da matéria-prima, mas assumir o processo de industrialização no país – algo que já estava a avançar, com YLB a fabricar baterias de lítio e mesmo um carro eléctrico, em parceria com a empresa alemã ACISA.

É esse processo, travado pelo governo golpista, que o governo de Luis Arce procura reactivar, colocando os recursos naturais ao serviço do país para erradicar a pobreza e aumentar a soberania.

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Em declarações à rádio Patria Nueva, Mayta disse que, no encontro mantido com os representantes russos, as autoridades bolivianas abordaram diversas questões relativas a desenvolvimento de infra-estruturas, como um centro de investigação em tecnologia nuclear, em El Alto, e a exploração de gás, em Vitiacua (no departamento de Chuquisaca).

De acordo com Mayta, o objectivo é subscrever diversos acordos bilaterais com o país euro-asiático. A exploração do lítio – a Bolívia detém as maiores reservas conhecidas – também está na agenda.

À margem da cimeira, informou o ministro boliviano, também se realizou uma reunião com as autoridades argelinas, às quais se expôs os projectos de exploração actualmente existentes no território do país andino-amazónico.

Neste momento, revela a ABI, existe uma proximidade importante com a empresa estatal Sonatrach e, nesse sentido, as autoridades bolivianas foram convidadas pelo primeiro-ministro argelino a visitar as instalações da empresa, para planificarem um trabalho conjunto.

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No final de Janeiro, a empresa estatal Yacimientos de Litio Bolivianos (YLB) assinou um acordo com o consórcio chinês CBC (integrado pelas empresas CATL, BRUNP & CMOC) com vista a promover a implementação de duas instalações de extracção directa de lítio, em Oruro e Potosí.

Segundo revelou o Ministério boliviano dos Hidrocarbonetos e Energia, a empresa estatal boliviana supervisionará todo o processo de industrialização do mineral, desde a extracção até à comercialização.

Numa primeira fase, o consórcio chinês vai investir mais de mil milhões de dólares na construção de estradas, instalação de bases, infra-estruturas e abastecimento de energia em ambos os complexos industriais.

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Os acordos foram alcançados com a empresa Citic Guoan, pertencente ao Citic Group, da China, e a empresa Uranium One Group, pertencente à Rosatom, da Rússia, numa cerimónia pública na Casa Grande do Povo, em que esteve presente o chefe de Estado.

Na ocasião, Arce lembrou que a Bolívia é o país onde existem as maiores reservas de lítio conhecidas no planeta, pelo que a sua industrialização se torna necessária, pois o mundo avança «a passos de gigante» na transformação da tecnologia energética.

«O lançamento que hoje fazemos tem uma importância singular, a economia do país não pode parar e não pode depender apenas de um produto», sublinhou Arce, acrescentando que o país sul-americano está a construir «uma economia de base ampla», para não depender exclusivamente dos hidrocarbonetos.

«Com isto, estamos a dar um sinal claro de que o governo boliviano não só se preocupa com a economia dos bolivianos, mas também cuida dela», afirmou o presidente.

Luis Arce disse ainda que, até ao momento, há quatro empresas com o encargo de industrializar este mineral – conhecido como o «ouro branco» –, tanto estrangeiras como a estatal Yacimientos del Litio Bolivianos (YLB), nos diferentes desertos de sal (ou salares) com que o país conta.

Assinatura dos acordos para a industrialização do lítio na Bolívia / ABI/Comunicación Presidencial

Além disso, fez questão de deixar claro que «não se permitirá que questões políticas afectem a economia dos bolivianos» e que, por isso, se vai continuar a trabalhar para dar certezas ao povo, tendo por base o compromisso de industrializar o lítio assumido na campanha eleitoral de 2020.

De acordo com Luis Arce, existe bastante interesse da parte de empresas estrangeiras em investir neste processo, pelo que o governo boliviano irá procurar garantir maiores investimentos.

Acordos permitem acelerar processo de industrialização

Destacando que o processo de industrialização é dirigido pela empresa estatal boliviana, o presidente da YLP, Carlos Ramos, disse que estes dois acordos o vão permitir acelerar e levar para um «ponto-chave», até porque se trata de empresas «muito importantes a nível mundial» e «bastante reconhecidas na área dos recursos energéticos».

Outro aspecto sublinhado por Carlos Ramos, indica a ABI, é que ambas aceitaram as condições que a YLB determinou para «o modelo de trabalho soberano da industrialização do lítio boliviano».

Maiores reservas conhecidas de lítio

Estima-se que mais de 50% dos depósitos de lítio a nível mundial se encontram no chamado Triângulo do Lítio – Argentina, Bolívia e Chile – e é nos desertos montanhosos de Potosí e Oruro, na Bolívia, que existem as maiores reservas conhecidas de lítio.

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Sector mineiro recupera produção e contribui para o desenvolvimento da Bolívia

O aparelho produtivo do sector mineiro, praticamente parado durante o governo golpista, foi reactivado. As exportações ultrapassaram os cinco mil milhões de euros em 2021, informou o responsável da tutela.

O Salar de Uyuni possui as maiores reservas conhecidas de lítio no mundo
Créditos / Wanderlust

Numa sessão de prestação de contas públicas, que decorreu esta quinta-feira em La Paz, o ministro da Mineração e Metalurgia destacou que «esta meta foi possível graças a ajustamentos estratégicos e institucionais; […] à preocupação com a ampliação das reservas mineiras, ao contacto permanente com sectores interessados no investimento».

Ramiro Villavicencio afirmou ainda a importância da industrialização dos minerais do país sul-americano, bem como do «diálogo permanente com agentes privados, estatais e cooperativas, que permitiram o desenvolvimento mineiro».

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Progressiva «recuperação económica» da Bolívia destacada por Arce

O presidente boliviano, Luis Arce, sublinhou esta segunda-feira a progressiva recuperação económica com base no aumento da actividade no sector dos hidrocarbonetos, um dos mais importantes do país.

Luís Arce aposta na industrialização com justiça social e quer que as universidades participem no desenvolvimento do país, ao serviço dos interesses do povo 
Créditos / economy.com.bo

«O sector dos hidrocarbonetos recupera a par da reactivação económica. De Janeiro a Abril de 2021, a actividade do petróleo e gás natural cresceu 11,1%. Temos um plano para reactivar de forma integral a área dos hidrocarbonetos da Bolívia!», escreveu Arce na sua conta de Twitter.

No final da semana passada, refere a Agencia Boliviana de Información (ABI), o vice-presidente da Administração de Contratos e Fiscalização da Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), Armin Dorgathen, informou que empresa estatal está a preparar um plano para duplicar ou triplicar a produção de petróleo e substituir a importação de combustíveis líquidos.

Dorgathen, que sublinhou a importância que tem para o país não ficar dependente das importações e apostar na exploração da riqueza dos recursos nacionais, disse ainda que a YPFB, além do plano de exploração já conhecido, prevê avançar com a perfuração de três novos poços no campo Boquerón durante este ano e o próximo.

Universidades devem ser protagonistas do desenvolvimento

No âmbito das cerimónias comemorativas do 91.º aniversário da autonomia universitária – promulgada na Bolívia a 25 de Julho de 1930 –, o chefe de Estado pediu este domingo às universidades públicas que sejam protagonistas no desenvolvimento económico, produtivo e social de Bolívia, «para o se requer universitários e profissionais comprometidos com o povo e com os seus interesses», indica a ABI.

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Petrolífera estatal boliviana vai explorar zonas estratégicas do país

A Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) anunciou um plano de exploração em três das zonas estratégicas do país, para aumentar as reservas de hidrocarbonetos e diminuir a dependência externa.

Créditos / ABI

O Subandino sul e norte, Boomerang e Madre de Dios são as zonas estratégicas do país sul-americano onde a YPFB vai levar a efeito o projecto, ao longo deste ano e do seguinte, informou este fim-de-semana um representante da empresa petrolífera estatal.

Armin Dorgathen, vice-presidente da administração de contratos e fiscalização da YPFB, sublinhou que se trata de «um plano exploratório agressivo para salvaguardar e manter as quotas de mercados na Argentina e no Brasil», informa a Agencia Boliviana de Información (ABI).

«Enquanto administração, queremos que os nossos índices de reservas sejam maiores», explicou o responsável, precisando que o Subandino se localiza nos departamentos de Tarija, Chuquisaca e Santa Cruz; o Boomerang fica em Santa Cruz e Cochabamba, enquanto o Madre de Dios se situa nos departamentos de Pando, Beni e La Paz (parte Norte).

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Bolívia vai concluir 1800 obras que foram interrompidas pelo golpe de Estado

O presidente boliviano anunciou esta segunda-feira que o seu governo vai concluir pelo menos 1800 obras promovidas pelo ex-presidente Evo Morales e que ficaram paradas após a intentona golpista de 2019.

Luis Arce na tribuna do comício realizado pelo Movimento para o Socialismo (MAS) para celebrar a vitória nas eleições de 18 de Outubro, em El Alto, La Paz, Bolívia, a 24 de Outubro de 2020
Créditos / Twitter/Luis Arce Catacora

«Estamos a concluir o que já estava a ser construído em todo o país, mais de 1800 projectos, e depois vamos começar novas obras», afirmou Luis Arce no acto de entrega da Unidade Educativa Tomás Katari, no município de Macha (departamento de Potosí).

«Quando assumi o cargo, deparei-me com um Estado endividado, mas temos estado a trabalhar durante todo este tempo e, agora, estamos a terminar todas as obras. Por isso, o nosso lema é "obra terminada, obra 100% paga também"», afirmou, citado pela Agência Boliviana de Informação (ABI).

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Morales regressou a Chimoré, denunciou o golpe e pediu apoio para Lucho

Cerca de um milhão de pessoas juntaram-se para receber Evo na pista de onde levantou voo, há um ano, com destino ao exílio, no México. Morales denunciou o golpe e lançou uma mensagem de unidade.

 Cerca de um milhão de pessoas deram as boas-vindas a Evo Morales, em Chimoré, local de onde partiu para o exílio há um ano; com ele, o seu ex-vice-presidente. Álvaro García Linera
Créditos / @evoespueblo

«Vem lá dura luta, temos de acompanhar e estimar o irmão Lucho [Luis Arce]», disse ontem Morales na maior das concentrações realizadas desde que regressou ao país, na segunda-feira.

Na pista do aeroporto de Chimoré, no Trópico de Cochabamba, estima-se que cerca de um milhão de pessoas, provenientes de todo o país, se juntaram para receber o ex-presidente da Bolívia. A data era simbólica, já que esta quarta-feira passava exactamente um ano desde que Morales se viu forçado a fugir para o exílio, na sequência do golpe de Estado.

Ao falar para a multidão, Evo Morales defendeu que a exploração dos recursos naturais e estratégicos é uma via legítima para recuperar a soberania e a dignidade dos povos contra a subjugação pelo imperialismo norte-americano, indica a TeleSur.

Morales afirmou que a direita não aceita que os índios tenha conseguido mudar a Bolívia, referindo que, apesar dos erros cometidos, o Movimento para o Socialismo (MAS) mostrou que governa melhor o país que os neoliberais, sem ter de seguir as habituais receitas do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O desenvolvimento alcançado na Bolívia e a grande melhoria das condições de vida do povo boliviano com base na nacionalização dos recursos naturais, fora do modelo capitalista, é algo que o imperialismo, que os Estados Unidos não perdoaram, sublinhou o ex-presidente, que enumerou provas de que o golpe de 2019 teve motivações económicas, para atacar o modelo alternativo de desenvolvimento do país sul-americano e deitar mão aos seus recursos.

Ainda sobre o golpe de Estado de 2019, Evo Morales disse que «derrotámos a direita e vamos continuar a derrotá-la porque somos um povo unido, organizado, mobilizado, que mostrou que em pouco tempo se pode mudar a Bolívia».

«Em menos de um ano recuperámos a democracia, voltámos ao governo; isso é algo inédito, histórico, único no mundo», disse, acrescentando que a vitória de Luis Arce e do MAS nas eleições de 18 de Outubro veio confirmar que, há um ano, não houve qualquer fraude, como alegaram os golpistas.

Organizações sociais reconhecem «liderança social indiscutível de Morales»

Morales chegou à Bolívia na passada segunda-feira, atravessando a fronteira internacional entre a Argentina – país onde esteve exilado desde Dezembro do ano passado – e o seu país em La Quiaca. Em Villazón, já no lado boliviano, teve início uma caravana de três dias pelas estradas dos departamentos de Potosí, Oruro e Cochabamba, até chegar a Chimoré.


Na concentração gigante de ontem estiveram presentes o líder do Senado, Andrónico Rodríguez, Juan Carlos Huarachi, secretário-geral da Central Obrera Boliviana, o candidato presidencial equatoriano Andrés Arauz, entre outros representantes de delegações internacionais, sindicatos, organizações populares.

Estava previsto que o presidente da República, Luis Arce, estivesse presente, mas tal não foi possível. Morales disse que falou com ele duas vezes ao telefone, na madrugada e manhã de ontem, sobre a nomeação dos membros do novo governo, na sequência da vitória esmagadora do MAS nas eleições gerais.

Antes da intervenção de Morales, representantes de organizações sociais da Bolívia leram um manifesto em que reconhecem a liderança social indiscutível de Morales, a sua governação unitária e o seu êxito em fazer da Bolívia um país independente e digno, informa a Prensa Latina.

No documento, comprometem-se a defender as conquistas da revolução democrática e cultural a nível político, social, económico e cultural, procurando alcançar êxitos económicos, maior igualdade, independência nacional e identidade pluricultural.

Também pedem segurança para o ex-presidente boliviano, tendo em conta as ameaças de morte contra ele vertidas na Internet desde que regressou ao país.

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Acrescentou que o actual governo assumirá todos os compromissos realizados pelo executivo de Morales (2006-2019), uma vez que beneficiam as populações das cidades e das áreas rurais.

Na comitiva que acompanhou Arce integrava-se o ministro da Educação, Adrián Quelca, que destacou a importância da construção da infra-estrutura educativa, no âmbito da estratégia do governo boliviano que faz de 2021 «o ano da recuperação do direito à educação».

A estrutura terminada e entregue implicou um investimento de cerca de 700 mil dólares. Conta com 12 salas de aula, dois laboratórios, oficinas, sala de reuniões e um campo multifuncional, precisa a agência Prensa Latina.

Apelo à unidade contra a desestabilização

Ao participar na tradicional Festa do Tinku, no mesmo município, o presidente da Bolívia pediu ao povo que se mantenha unido face a certas tentativas de desestabilização da direita.

«Vivemos em paz e tranquilidade, queremos trabalhar, mas a direita não dorme», disse Arce, sublinhando: «Por isso, mais que nunca, unidade, irmãos, entre todos nós.»

O chefe de Estado, que participava numa festa que é património cultural da Bolívia, recordou o papel importante dos municípios do Norte de Potosí na recuperação da democracia e a sua luta contra o golpe de Estado de Novembro de 2019, informa a ABI.

«Mostraram-no várias vezes, mostraram-no no bloqueio de caminhos de Agosto do ano passado, quando, graças a essa mobilização, dissemos "não" ao "prorroguismo" do governo golpista [sobre a data das eleições] e conseguimos uma data definitiva [18 de Outubro]», destacou.

«Estamos a levar o país para a frente, temos o problema da pandemia de Covid-19, o da Educação e estamos a encarreirar a economia pouco a pouco», disse ainda o presidente acompanhado por autoridades locais.

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A YPFB espera ter, em 2025 e 2026, um maior número de reservas e que estas zonas potenciais, onde decorre o plano de exploração, dêem os resultados esperados, disse o Dorgathen.

«Este plano e os resultados positivos que gerar vão-nos permitir melhorar a balança comercial, ou seja, vender mais gás, produzir petróleo nacional e, com isso, diminuir a importação de diesel», defendeu.

De acordo com a ABI, os responsáveis da YPFB prevêem realizar a perfuração de 17 poços para encontrar hidrocarbonetos, mas esse número pode ser aumentado conforme o projecto for evoluindo.

Governo golpista deixou uma «dívida milionária»

Na sua conta de Twitter, o presidente da Bolívia, Luis Arce, denunciou este sábado que o executivo golpista liderado pela autoproclamada Jeanine Áñez deixou uma dívida enorme ao parar mais de 800 obras.

«Em 2020, o governo de facto paralisou mais de 800 obras da Unidade de Projectos Especiais do Ministério da Presidência, deixando uma dívida de 1800 milhões de pesos bolivianos» (cerca de 215 milhões de euros), escreveu Arce.

O chefe de Estado do país andino-amazónico comprometeu-se a «reverter os danos económicos causados pelo regime e reactivar todos os projectos em benefício do povo».

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«Retomámos o modelo económico, social, comunitário, produtivo e as universidades devem ser protagonistas no desenvolvimento da nossa pátria, das transformações estruturais, a nível científico e tecnológico, que nos permitam regressar à senda do crescimento económico com justiça social; industrialização com substituição de importações; industrialização de recursos naturais com soberania e dignidade», afirmou Luis Arce no seu discurso.

Reverter o mal feito pelo governo golpista

Durante os governos de Evo Morales (2006-2019), a economia do país andino-amazónico deu mostras de crescimento em várias áreas, de tal modo que a Bolívia se situava nos países da dianteira da América Latina.

Com o golpe de Estado de Novembro de 2019 e a gestão do governo golpista que se seguiu, registou-se um grande retrocesso, agravado pelo impacto da pandemia de Covid-19.

A acção do governo golpista ficou marcada pela travagem no investimento público, a privatização de sectores estratégicos, a corrupção e o roubo ao erário público, bem como o endividamento do país perante organismos financeiros internacionais, entre outros aspectos nefastos.

Com a recuperação da democracia, o governo de Luis Arce, do Movimento para o Socialismo (MAS), assumiu a tarefa de reverter esta situação e, mesmo no contexto da pandemia, em pouco mais de meio ano no poder os indicadores económicos começam a dar mostras de recuperação.

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No que respeita às exportações, explicou que cresceram 91% em relação à gestão anterior, alcançando 5,2 mil milhões de euros. «Em 2021, as exportações de minerais representaram 53% do total nacional», frisou, citado pela Agencia Boliviana de Información (ABI).

Em termos de projectos, destacou os avanços na consolidação do projecto da Unidade de Processamento de Zinco, em Oruro, no âmbito do Plano de Desenvolvimento Social 2021-2025. O orçamento previsto é cerca de 313 milhões de euros, e a infra-estrutura deve estar concluída em 2024, com financiamento do governo da República Popular da China.

Contactos com Rússia e Argélia no Fórum dos Países Exportadores de Gás

A Rússia manifestou a sua «total disposição» para cooperar com a Bolívia em projectos de hidrocarbonetos, lítio e tecnologia nuclear, numa reunião realizada no âmbito da VI Cimeira de Chefes de Estado e de Governo do Fórum dos Países Exportadores de Gás (GECF), que decorreu em Doha (Catar), disse esta quinta-feira o vice-ministro boliviano da Exploração de Hidrocarbonetos, Raúl Mayta.

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Governo boliviano promove reactivação da indústria do lítio

Com o golpe apoiado pelos EUA, a Bolívia interrompeu o processo de industrialização do lítio que iniciara pela mão da empresa nacionalizada YLB. O governo de Luis Arce está a reactivar todo esse processo.

Salar de Uyuni
Créditos / infraroi.com.br

Marcelo Gonzales tomou posse, esta segunda-feira, como novo presidente executivo da empresa Yacimientos de Litio Bolivianos (YLB), tendo como missão reactivar o processo de industrialização de um recurso estratégico para o desenvolvimento do país andino-amazónico, informa a agência ABI.

Gonzales, que tem uma larga trajectória neste sector e na YLB, foi empossado pelo ministro boliviano dos Hidrocarbonetos e Energia, Franklin Molina, que na sua intervenção destacou os passos importantes dados pelo governo do ex-presidente Evo Morales para criar a indústria do lítio com soberania e parcerias internacionais.

Molina considerou importante a articulação da política energética, «porque o lítio permitirá o desenvolvimento económico do país e das regiões produtoras», tendo em conta o seu «elevado valor acrescentado e a procura de baterias de lítio a nível internacional».

Afirmou ainda que se trata de um grande desafio, uma vez que a indústria esteve praticamente parada um ano, com a intervenção do governo golpista liderado por Jeanine Áñez.

Por seu lado, o novo presidente executivo da YLB agradeceu a confiança nele depositada e afirmou que a empresa possui os recursos humanos qualificados e necessários para «entrar na etapa de industrialização do lítio» e dar sequência ao foi estabelecido até Outubro de 2019, indica a Prensa Latina.

Marcelo Gonzales precisou que entre os principais projectos se contam a construção de otras unidades industriais, como as de ião lítio e cátodos nos salares de Coipasa Uyuni (departamento de Oruro) e Pastos Grandes (Potosí).

As actividades de produção na unidade industrial de cloreto de potássio e da unidade semi-industrial de carboneto de lítio foram travadas pelo governo golpista de Jeanine Áñez, na sequência do golpe de Estado que levou Evo Morales a renunciar ao cargo, em Novembro de 2019.

Maiores reservas conhecidas de lítio

Mais de 50% dos depósitos de lítio a nível mundial encontram-se no chamado Triângulo do Lítio – Argentina, Bolívia e Chile – e é nos desertos montanhosos da Bolívia – o Salar de Uyuni – que existem as maiores reservas conhecidas de lítio.

O governo de Morales assumiu uma posição de cautela com estas reservas de lítio, deixando claro que o precioso recurso não devia ser entregue às multinacionais, que os lucros deviam partilhados com o povo boliviano e que qualquer acordo deveria passar pela Comibol, a empresa mineira nacional, e com aYLB, a empresa nacional de lítio.

Com Evo Morales, o objectivo era não a exportação da matéria-prima, mas assumir o processo de industrialização no país – algo que já estava a avançar, com YLB a fabricar baterias de lítio e mesmo um carro eléctrico, em parceria com a empresa alemã ACISA.

É esse processo, travado pelo governo golpista, que o governo de Luis Arce procura reactivar, colocando os recursos naturais ao serviço do país para erradicar a pobreza e aumentar a soberania.

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Em declarações à rádio Patria Nueva, Mayta disse que, no encontro mantido com os representantes russos, as autoridades bolivianas abordaram diversas questões relativas a desenvolvimento de infra-estruturas, como um centro de investigação em tecnologia nuclear, em El Alto, e a exploração de gás, em Vitiacua (no departamento de Chuquisaca).

De acordo com Mayta, o objectivo é subscrever diversos acordos bilaterais com o país euro-asiático. A exploração do lítio – a Bolívia detém as maiores reservas conhecidas – também está na agenda.

À margem da cimeira, informou o ministro boliviano, também se realizou uma reunião com as autoridades argelinas, às quais se expôs os projectos de exploração actualmente existentes no território do país andino-amazónico.

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O governo de Evo Morales assumiu uma posição de cautela com estas reservas, deixando claro que o precioso recurso não devia ser entregue às multinacionais, que os lucros deviam partilhados com o povo boliviano e que qualquer acordo deveria passar pelas empresas estatais.

Com Evo Morales, o objectivo era não a exportação da matéria-prima, mas assumir o processo de industrialização no país – algo que já estava a avançar, com YLB a fabricar baterias de lítio e mesmo um carro eléctrico, em parceria com a empresa alemã ACISA.

É esse processo, travado pelo golpe de Estado de Novembro de 2019 e pelo governo golpista liderado por Jeanine Áñez, que o governo de Luis Arce está a reactivar, procurando tecnologia e investimento estrangeiros, mas deixando claro que os recursos naturais estão ao serviço do país e do povo boliviano, nomeadamente para erradicar a pobreza e aumentar a soberania.

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«A salmoura é da YLB [Yacimientos del Litio Bolivianos], é a empresa que vai fazer os poços, que vai extrair essa salmoura rica em lítio, a fábrica que vai ser utilizada, mais aquilo que vai ser a operação, é da YLB», insistiu o vice-ministro, citado pela Agencia Boliviana de Información (ABI).

Destacou, entretanto, que a tecnologia e o investimento são de empresas estrangeiras, tendo explicado que a investigação industrial em tecnologia EDL poupa tempo para aceder à «janela de oportunidades» e à venda de carbonato de lítio, além de cátodos e baterias a países da Europa e à China.

Recentemente, a 20 de Julho, o presidente boliviano, Luis Arce, revelou que, de acordo com estudos de quantificação, o país possui reservas de 23 milhões de toneladas de lítio, sendo que 21 milhões se encontram no Salar de Uyuni (Potosí) e dois milhões nos salares de Pastos Grandes (Potosí) e Coipasa (Oruro).

«Com estes 23 milhões de toneladas reafirmamos que a Bolívia tem as maiores reservas de lítio do planeta e, com isso, devemos iniciar os projectos de EDL», afirmou.

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Na semana passada, os técnicos da YLB e da empresa Citic partilharam os resultados dos estudos de viabilidade com representantes de 11 ayllus (organização tradicional indígena) de pelo menos 39 comunidades do Norte do Salar de Uyuni, numa reunião que teve lugar na comunidade Nueva Esperanza, do Distrito Municipal Indígena de Coroma, refere a ABI.

No Salar de Uyuni – situado nos desertos montanhosos de Potosí e Oruro, na Bolívia – encontram-se as maiores reservas conhecidas de lítio do planeta (estima-se que 50%). Trata-se de um dos vértices do chamado Triângulo do Lítio, que abrange também os salares del Hombre Muerto e de Arizaro, na Argentina, e o de Atacama, no Chile.

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