|Guiné-Bissau

Central sindical da Guiné-Bissau promete luta até conquista de direitos

Manifestantes convocados pela União Nacional dos Trabalhadores da Guiné-Bissau (UNTG) percorreram as ruas da capital em defesa dos seus direitos e contra a política dos dirigentes do país.

Manifestação em Bissau (foto de arquivo)
CréditosMarisa Serafim / LUSA

Os trabalhadores desfilaram este sábado por algumas das principais avenidas de Bissau, gritando palavras de ordem contra «o Governo incompetente», os deputados, «os subsídios milionários» e o Orçamento de Estado, segundo a agência Lusa.

O protesto, que decorreu de forma pacífica, terminou em frente a sede da UNTG com um comício em que o secretário-geral da central sindical, Júlio Mendonça, afirmou que a luta dos guineenses vai continuar até conseguirem conquistar todos os seus direitos.

Na sua intervenção o dirigente sindical referiu-se ao agravamento das condições de vida da população, exemplificada no aumento descontrolado dos produtos alimentares, tendo criticado a «desestruturação do aparelho do Estado da Guiné-Bissau» e a «exploração permanente do povo guineense».

Júlio Mendonça apontou à central sindical o objectivo de «acordar o povo e mostrar-lhe a responsabilidade que tem para conquistar a sua dignidade».

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Centrais Sindicais expressam solidariedade com o povo da Guiné-Bissau

Oito centrais sindicais de países de língua oficial portuguesa subscreveram, por iniciativa da CGTP-IN, um texto que condena a «acção repressiva das autoridades da Guiné-Bissau».

Funcionários públicos da Guiné-Bissau, afectos à União Nacional dos Trabalhadores da Guiné-Bissau (UNTG), dão início a uma greve geral de 30 dias, de 1 a 30 de Julho de 2021 
Créditos / Bissau On-Line

A uma só voz, as estruturas que agregam as organizações representativas dos trabalhadores de oito países e regiões lusófonas repudiaram as intervenções repressivas das autoridades da Guiné-Bissau «contra o livre exercício do direito de manifestação e protesto, bem como as prisões, perseguições e despedimentos de trabalhadores, dirigentes sindicais, patriotas e democratas guineenses».

É também denunciado o ataque à «sede da União Nacional de Trabalhadores da Guiné-Bissau (UNTG) e a destruição causada nas suas instalações e equipamentos». O assalto teve lugar no dia 14 de Julho, quando forças policiais invadiram e agrediram sindicalistas em dia de manifestação da UNTG, disparando gás lacrimogénico para o interior das instalações.

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PAIGC denuncia nova detenção arbitrária de um dirigente

O PAIGC denunciou uma nova detenção arbitrária de um seu dirigente e lamenta o «silêncio ensurdecedor» dos parceiros da Guiné-Bissau, da sociedade civil e da comunidade internacional.

Comício de fim de campanha para as eleições legislativas do Partido para a Independência da Guiné Bissau (PAIGC), em Bissau, Guiné-Bissau, a a 8 de Março 2019. As eleições, realizadas dois dias depois, deram a vitória ao PAIGC
A repressão na Guiné-Bissau tem atingido selectivamente o PAIGC, vencedor das eleições legislativas de Março de 2019CréditosPAULO CUNHA/LUSA / LUSA

O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) denunciou em comunicado, em comunicado, mais uma detenção arbitrária de um dirigente, acto que classificou de «atentado monstruoso» às liberdades.

Segundo o comunicado do PAIGC, Bacai Sanhá, membro do seu Comité Central e filho do antigo Presidente da República Malam Bacai Sanhá, «foi interceptado por agentes da Guarda Nacional em território guineense quando em viagem a Zinguichor (Senegal) para dar assistência à sua esposa, que se encontra em tratamento médico naquele país vizinho».

Para o partido, este é «mais um entre tantos actos de violência que o país vem assistindo à luz do dia», com a particularidade de serem sempre contra «dirigentes do PAIGC».

«Mais uma vez perante os olhares incrédulos e revoltados do povo guineense», refere o comunicado, um cidadão é capturado e levado «para as instalações da Guarda Nacional, em Bissau, sem culpa formada».

«O camarada Bacai Sanhá foi submetido a violência psicológica, interrogatórios durante horas, tendo sido deixado à espera de ordens superiores para saber que destino lhe seria imposto», indigna-se o partido.

Bacai Sinhá ocupava as funções de secretário de Estado das Comunidades no Governo liderado pelo primeiro-ministro Aristides Gomes, deposto pelo actual Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló.

O «pretexto para a prisão abusiva e arbitrária», segundo o partido, foi o de que estaria a organizar a fuga de Aristides Gomes, refugiado na delegação da Organização das Nações Unidas (ONU) em Bissau.

O PAIGC lamenta o «silêncio ensurdecedor» dos parceiros da Guiné-Bissau, da sociedade civil e da comunidade internacional.


com Lusa

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«Enquanto partido que conduziu o processo da abertura democrática na Guiné-Bissau, jamais iremos compactuar com violações dos direitos fundamentais, como as que temos assistido nos últimos tempos no país, perpetrados pelos actuais detentores do poder», declarou, à altura, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), em comunicado.

Os trabalhadores e ao povo da Guiné-Bissau têm assistido a uma «acelerada degradação das condições de vida e de trabalho no país», como o aumento do desemprego, a diminuição dos salários e o aumento do custo de vida, poblemas agudizados pela «deterioração dos serviços de saúde, educação e protecção social, aumento de impostos e taxas, e a corrupção».

As centrais sindicais dirigem ainda um «apelo à unidade e luta dos trabalhadores e do povo contra os sucessivos atentados contra a legalidade constitucional e a democracia, em defesa da paz, da independência e da soberania da Guiné-Bissau», indispensável para aqueles que não «abdicam da defesa dos seus direitos e por uma vida melhor».

Subscrevem este texto, para além da CGTP-IN (de quem partiu a iniciativa): a União Nacional dos Trabalhadores Angolanos – UNTA-CS; Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB; Central Única de Trabalhadores – CUT/Brasil; União Nacional Trabalhadores de Cabo Verde – UNTC-CS; Confederación Intersindical Galega-CIG; Organização dos Trabalhadores de Moçambique – OTM-CS; Organização Nacional dos Trabalhadores de São Tome e Príncipe – Central Sindical – ONTSTP–CS.

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Desde Dezembro de 2020 que a principal força sindical da Guiné-Bissau tem organizado lutas sectoriais e greves gerais na função pública, exigindo do Governo, entre outras reivindicações, a exoneração de funcionários contratados sem concurso público, a melhoria de condições laborais e o aumento do salário mínimo para pelo menos o dobro do actual, que é de 75 euros mensais.

O governo de Bissau tem reprimido as lutas sindicais no país, tendo sido acusado de por centrais sindicais dos países de expressão portuguesa de atentar contra contra o livre exercício do direito de manifestação e protesto, bem como de proceder a prisões, perseguições e despedimentos de trabalhadores, dirigentes sindicais, patriotas e democratas guineenses.

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