Numa carta enviada ao secretário-geral das Nações Unidas e ao presidente do Conselho de Segurança da organização, o Ministério sírio dos Negócios Estrangeiros diz ver confirmadas as suspeitas sobre o papel que a chamada coligação internacional assume no contexto da guerra contra o terrorismo, bem como «o perigo que constitui» para quem realmente combate o Daesh.
Para o governo de Damasco, a «demanda febril» da coligação internacional consiste em «fazer descarrilar as vitórias alcançadas pelo Exército Árabe Sírio (EAS) e os seus aliados» sobre o Daesh – o chamado Estado Islâmico. Para tal, recorre à aviação e aos «seus agentes no terreno», ou a «acordos com os terroristas do Daesh para atacar as posições do EAS e seus aliados», informa a agência Sana.
Na missiva, faz-se referência aos ataques levados a cabo este sábado pela coligação liderada pelos EUA sobre áreas residenciais na região de Tal al-Shaer e a aldeia de al-Duwaiji, na província de Deir ez- Zor (Leste da Síria), que provocaram mais de uma dezena de mortos e dezenas de feridos entre a população civil.
Um número indeterminado de paramédicos foi também morto pelos aviões da coligação – indica a mesma fonte –, quando seguia numa viatura em direcção às zonas que haviam sido previamente bombardeadas.
O Ministério sírio dos Negócios Estrangeiros condena estes crimes e denuncia o facto de aqueles «que dizem importar-se com o direito e os direitos humanos fecharem os olhos aos massacres cometidos pela coligação nas província de Raqqa e Deir ez-Zor».
Desde Setembro de 2014
Alegando estar a atacar posições do Daesh, a coligação liderada pelos norte-americanos opera na Síria desde Setembro de 2014, sem autorização do governo de Damasco ou um mandato da ONU.
A aliança militar tem sido sistematicamente acusada de atingir a população civil – na Síria e no Iraque – e de não cumprir o objectivo que alegamente diz perseguir: a destruição do Daesh.
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