Em cartas enviadas esta terça-feira ao secretário-geral das Nações Unidas e ao Conselho de Segurança da organização, o Ministério sírio dos Negócios Estrangeiros condena os «ataques incessantes» perpetrados pela coligação liderada pelos EUA contra a população civil síria, bem como as «agressões à soberania, à segurança e à integridade territorial» da Síria.
Sublinhando a «falta de legitimidade» da dita coligação internacional, o governo sírio acusa esta organização de levar a cabo bombardeamentos contra a população que, nas províncias de Raqqa, Hasaka e Deir ez-Zor, se tem recusado a apoiar as FDS – «militantes que os Estados Unidos estruturaram com o propósito de atacar as posições do Exército sírio e recuperar as áreas libertadas da ameaça do terrorismo pelos soldados do Exército sírio e seus aliados», lê-se nas cartas citadas pela SANA e a PressTV.
«Em diversas ocasiões, os Estados Unidos têm prestado apoio directo ao grupo terrorista Daesh [o chamado Estado Islâmico] – a última das quais foi a 24 de Maio, quando a aviação da coligação liderada pelos EUA atacou posições do Exército sírio entre Al-Bukamal e Hmeimeh [na província de Deir ez-Zor], apenas 24 horas depois de as forças governamentais terem conseguido repelir os ataques do Daesh a essas posições», lê-se ainda no texto.
O Ministério sírio exortou os membros da coligação a saírem dessa «organização escandalosa» e solicitou às Nações Unidas que «assumam as suas responsabilidades na manutenção da paz e da segurança a nível internacional».
O envio das cartas seguiu-se ao bombardeamento da aldeia de al-Jazaa, na província de Hasaka, ontem levado a cabo por caças da coligação referida. De acordo com fontes locais, citadas pela SANA, terão sido mortas dez pessoas e muitas outras ficaram feridas, na sequência do ataque.
Na mesma província, a coligação liderada pelos EUA foi acusada de ter morto 12 civis na sexta-feira passada.
Desde Setembro de 2014
Alegando estar a atacar posições do Daesh, a coligação liderada pelos norte-americanos opera na Síria desde Setembro de 2014, sem autorização do governo de Damasco ou um mandato das Nações Unidas.
Esta aliança militar – na qual a França se empenhou mais afincadamente desde o início de Abril – tem sido sistematicamente acusada de atingir a população civil e de não cumprir o objectivo que sempre disse perseguir: destruir o Daesh.
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