Yolanda Maturana, conhecida nos departamentos de Risalda e Chocó pelo seu trabalho de denúncia da actividade mineira ilegal e da contaminação de cursos hídricos, foi morta a tiro no passado dia 2, em sua casa, no município de Pueblo Rico (Risalda).
O assassinato de Sandra Yaneth Luna, que se encontrava desaparecida desde Setembro de 2017, foi revelado esta quarta-feira, depois de o seu corpo ter sido encontrado na madrugada anterior. Yaneth Luna era presidente da Junta de Acção Comunal da vereda Totumito Carboneras, em Tibú (departamento de Norte de Santander).
Estes dois casos fizeram soar novamente o alerta entre as organizações que, na Colômbia, defendem os direitos humanos e que, segundo a Contagio Radio, instaram o governo do país e a Procuradoria da República a tomar medidas eficazes no que respeita à prevenção de assassinatos de dirigentes sociais.
De acordo com o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz), só em Janeiro foram assassinados 22 dirigentes sociais – designação genérica para gente que defende os interesses das camadas mais desfavorecidas da população, reclama o direito à terra, promove a substituição de cultivos ilícitos, denuncia a actividade mineira ilegal e a contaminação ambiental ou que representa comunidades cujas terras se atravessam à frente do agronegócio.
Organizações como Somos Defensores, Indepaz e Fundação Paz e Reconciliação apresentam números divergentes relativamente a Janeiro, mas todos a rondar as duas dezenas de assassinatos de dirigentes sociais.
De acordo com o Indepaz, em 2017 foram assassinados 170 dirigentes sociais e defensores dos direitos humanos na Colômbia, o que representou um aumento de 45% relativamente ao ano anterior. Os departamentos com maior número de incidências foram Cauca, Nariño e Antioquia.
Este último departamento está a destacar-se novamente, este ano, revela a Contagio Radio, que dá nota de assassinatos ainda em Bolívar, Sucre, Norte de Santander, Cauca, Vale do Cauca, Córdoba e Nariño.
FARC denuncia assassinato de ex-guerrilheiro
Num comunicado, o partido Força Alternativa Revolucionária do Comum (FARC) denunciou, esta quinta-feira, o assassinato de mais um dos seus membros no município de Montecristo (departamento de Bolívar).
O ex-combatente das FARC-EP Kevin Andrés Lugo Jaramillo, conhecido como Julián Morales, foi morto na passada terça-feira, pelas 23h (hora local), segundo revela o documento, a que a Prensa Latina teve acesso.
A FARC, que coloca a hipótese de o crime ter sido perpetrado por «guerrilheiros da Frente Guillermo Ariza do Exército de Libertação Nacional (ELN)», exigiu ao governo do país sul-americano garantias de segurança aos membros do novo partido, «que cumpriram estritamente os compromissos assumidos nos Acordos de Paz».
De acordo com o Ministério Público colombiano, no último ano foram assassinados 28 antigos guerrilheiros das FARC-EP, 12 familiares seus e dez dirigentes sociais ligados à FARC.
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