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Continuam as mobilizações no Equador contra as políticas neoliberais do governo

Nos primeiros 2 de 5 dias de greve geral, os trabalhadores manifestaram-se no país andino contra as medidas económicas do executivo de Lenín Moreno, que em Março assinou um acordo com o FMI.

Associações de agricultores, trabalhadores de diversos sectores, sindicatos de mineiros, organizações de indígenas aderiram à greve geral no Equador
Créditos / Aporrea

Diversos sindicatos e outras organizações mobilizaram os seus filiados e militantes para participarem nas manifestações agendadas para esta terça-feira, segundo dia de uma greve geral que começou dia 15 e se prolonga até dia 19, convocada pela Assembleia Nacional Cidadã contra as políticas implementadas pelo governo de Lenín Moreno.

Agricultores, mineiros, trabalhadores dos sectores da Saúde e da Educação aderiram à paralisação, tendo-se manifestado, em várias províncias equatorianas, em defesa da soberania nacional e contra o aumento do desemprego, da pobreza e da desigualdade, indica a TeleSur.

Cortes de estradas, pneus queimados e palavras de ordem como «Não ao Fundo Monetário Internacional», «Não aos despedimentos massivos», «Não às privatizações» e «Queremos um bom governo» marcaram a jornada de protesto, segundo a Prensa Latina.

Na segunda-feira, primeiro dia da greve, Omar Delgado, dirigente sindical do sector dos Transportes, e o seu filho foram presos por «apelarem à participação do povo nas mobilizações», o que gerou uma onda de protestos, dominados pela exigência da libertação dos dois detidos «de forma ilegal e arbitrária».

Os protestos agora em curso seguem-se a outros que, desde o início do ano, têm tido lugar no Equador e que reflectem a insatisfação de largas camadas da população com a política de austeridade implementada pelo executivo, que implica o despedimento de milhares de funcionários públicos, cortes orçamentais em sectores como a Educação e a Saúde, a privatização das principais empresas públicas e a subida dos preços dos combustíveis e das tarifas de serviços básicos.

FMI empresta milhões, mas não é de borla

Em Março último, o governo de Lenín Moreno e o Fundo Monetário Internacional (FMI) chegaram a acordo sobre o empréstimo de mais de 4200 milhões de dólares ao Equador, para apoiar as políticas de Moreno, que deverão ser executadas nos próximos três anos.

A presença do FMI no Equador tem sido e continua a ser alvo de contestação. No documento de convocação para estes cinco dias de protestos lê-se que «o povo equatoriano consciente continua a aprofundar as acções de resistência ao governo neoliberal presidido por Lenín Moreno, às suas amarras ao bloco do poder e ao cartel de órgãos de comunicação [que pretendem] submeter o país ao FMI como outra corrente para o prender mais ao imperialismo».

A rejeição de políticas agrícolas que «beneficiam os terratenentes e as transnacionais», a defesa dos recursos naturais, a denúncia do «avanço do extractivismo mineiro e petrolífero», o repúdio pela «entrega das Ilhas Galápagos aos interesses do imperialismo norte-americano» e o protesto contra a retirada do asilo concedido desde 2012 ao informático australiano Julian Assange na Embaixada de Quito em Londres também fazem parte do elenco de preocupações e condenações dos promotores das mobilizações.

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