A precariedade e os contratos de curta duração foram a tónica dominante no mundo laboral no passado mês de Julho, refere a agência espanhola Europa Press. Tal facto é evidenciado pela média de duração dos contratos inscritos neste mês: 47,05 dias, o número mais baixo registado no mês de Julho em Espanha desde 2006, ano em que teve início esta estatística, com base em dados recolhidos pelo Serviço Público de Emprego Estatal (SEPE).
Entre 2006 e 2012, a duração média dos contratos inscritos no mês de Julho nunca foi inferior a 58,8 dias, tendo atingido a duração máxima em 2006, quando os contratos registados tiveram uma duração média de 74 dias. Já nos meses de Julho do período 2013-2018 a duração média dos contratos registados foi bastante inferior – à volta de 49 dias.
Um em cada quatro durou uma semana ou menos
De acordo com os dados do SEPE, um de cada quatro contratos inscritos nos serviços públicos de emprego [centros de emprego] durante o mês de Julho teve uma duração igual ou inferior a sete dias. Mais concretamente, 551 483 (25,3%) dos 2 179 527 de contratos registados no mês passado.
Ainda segundo a mesma fonte, os dados do SEPE revelam que 37,7% dos contratos inscritos em Julho tinham duração igual ou inferior a um mês. Ou seja, 822 376 contratos registados em Espanha no mês passado.
Destes, a maior parte tinha uma duração igual ou inferior a sete dias; 94 350 contratos (4,3%) tinham uma duração entre uma semana e 15 dias; e 176 543 (8,1%) uma duração entre 15 dias e um mês.
Andaluzia, região com maior precariedade laboral
A Andaluzia, destino turístico de sol e praia por excelência, é, de acordo com o Inquérito da População Activa [Encuesta de Población Activa (EPA)], a região de Espanha com a mais elevada taxa de desemprego (21%) no segundo trimestre do ano, indica o periódico La Información. E há províncias como Cádis, Granada e Jaén onde essa taxa ultrapassa os 24%, bem acima da média nacional (14%).
Agora, os dados do SEPE relativos a Julho mostram que é também na Andaluzia que se registam os mais elevados índices de precariedade e de contratos de curta duração, a rondar os 96%. «Na Andaluzia não se assinam contratos efectivos», lê-se em jeito de denúncia no periódico, que refere que a Extremadura é a segunda comunidade autónoma de Espanha com maior precariedade (cerca de 90%).
Esta realidade atinge todo o Estado espanhol. Por províncias, as mais bem posicionadas em Julho são Madrid, com 83,22%, as Baleares (83,47%), Girona (84,33%) e Barcelona (86,52%). Ou seja, os níveis mais baixos de precariedade laboral são elevadíssimos.
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