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Telepizza acusada de pagar mal e tarde a jovens trabalhadores em Bilbau

O sindicato LAB e uma organização juvenil realizaram uma concentração de protesto em Bilbau contra a exploração e a precariedade promovidas pela Telepizza, exigindo-lhe que pague o que deve aos trabalhadores.

Créditos / LAB

A mobilização desta sexta-feira no Arenal bilbaíno foi motivada pelo facto de o restaurante da cadeia de comida rápida Telepizza ter pago com atraso e de forma incorrecta a oito jovens que estiveram a trabalhar para a empresa no Parque Infantil de Navidad (PIN), no Centro de Exposições de Bilbau – BEC, em Barakaldo.

Em comunicado, LAB e organização juvenil Ernai explicam que o caso remonta a Dezembro de 2022 e Janeiro de 2023, e que, se os oito jovens receberam o salário de Dezembro sem problemas, o mesmo já não se passou com o de Janeiro.

Depois de entrarem em contacto com o LAB e a Ernai e terem exigido à Telepizza que pagasse o dinheiro que lhes devia, acabaram por receber o salário de Janeiro em Abril de 2023. No entanto, lê-se no comunicado, este pagamento foi feito de forma incorrecta, uma vez que, nos seus pagamentos, aparecem menos horas do que as que tinham efectivamente trabalhado.

Neste sentido, LAB e Ernai exigem à Telepizza que pague o que deve, e foi esse o lema subjacente à concentração desta sexta-feira frente à sede da empresa na capital biscainha.

Caso não é isolado; situação laboral dos jovens bascos é precária

«O caso de exploração da Telepizza não é um problema isolado. Se há algo que caracteriza a oferta de emprego destinada a jovens no País Basco Sul [sob administração espanhola] é a precariedade», alertam.

No documento, a organização sindical e a juvenil sublinham o facto de «hoje em dia o emprego não representar uma garantia para poder viver com dignidade».

A este respeito, explicam a situação dos jovens com dados: «enquanto em 2023 a taxa de emprego temporário geral foi de 21,4%, entre os jovens chegou aos 46%. Em Bilbau, por exemplo, 70% dos contratos de jovens em Janeiro de 2024 foram temporários».

«A força de trabalho juvenil desempenha uma função indispensável no seio do sistema capitalista, que se serve dela para obter a maior mais-valia possível, destinando aos jovens a oferta de trabalho mais precarizada e desvalorizada», afirmam.

Sindicato e organização juvenil defendem que, para acabar com situações como a ocorrida na Telepizza e com a precariedade, é preciso «superar o sistema capitalista» e, nesse sentido, para além de lutarem por certas melhorias económicas, os jovens têm de se organizar, seja nos locais de ensino, nas fábricas ou nos seus bairros.

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