O Ministério venezuelano dos Negócios Estrangeiros expressou este sábado, em comunicado, o seu mal-estar com as declarações proferidas no dia anterior por Catherine Ray, porta-voz da Alta Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, contra a decisão do governo venezuelano de declarar persona non grata o embaixador de Espanha em Caracas, Jesús Silva Fernández.
A decisão, anunciada dia 25 e fundamentada nos «ataques contínuos e actos de ingerência recorrentes nos assuntos internos [do país] por parte do governo espanhol», foi de imediato condenada por Catherine Ray, em nome dos 28, que disse esperar que o governo venezuelano «venha a reconsiderar» e ainda defendeu as sanções impostas há uma semana contra sete altos cargos do país latino-americano, segundo revela o diário espanhol El Mundo.
Em resposta, a diplomacia venezuelana manifestou o «seu mais enérgico repúdio face à arrogante pretensão da UE de supervisionar a Venezuela, como se se tratasse de uma colónia sob a sua tutela», e instou o bloco europeu a «retractar-se da sua declaração ofensiva», lê-se no comunicado que emitiu.
Voltou a expressar, para além disso, o seu repúdio pelas «medidas restritivas, coercivas, unilaterais e ilegais» impostas pela UE contra altos cargos venezuelanos.
Macron, pouco original, ergue a voz ao lado de Macri
Num discurso que peca, antes de mais, pela falta de originalidade, o chefe de Estado francês decidiu, esta sexta-feira, falar da «deriva autoritária inaceitável do regime» de Nicolás Maduro – algo em que foi apoiado, sem surpresa, pelo presidente da Argentina, Mauricio Macri, de visita a França e ao seu lado numa conferência conjunta no Palácio do Eliseu, em Paris.
O presidente da França, Emmanuel Macron, mostrou-se então favorável à «ampliação» das sanções contra a Venezuela por parte da UE, cuja «eficácia» não questionou, mas considerando que o «impacto» das «sanções individuais contra dirigentes venezuelanos» é «limitado».
Sendo seu desejo «ir mais além», Macron defendeu que «a pressão sobre o regime terá efeitos no dia em que estas medidas forem eficazes». O mandatário francês prosseguiu com acusações variadas contra o governo da Venezuela – que podiam ser ouvidas em Madrid, Washington ou Lima, ou lidas em tanto sítio.
Estas afirmações não passaram desapercebidas ao Ministério dos Negócios Estrangeiros da Venezuela, que, em comunicado, disse estar preocupado com a atitude do chefe de Estado da França, na medida em que apela à ofensiva contra o país e a medidas que violam o Direito Internacional.
O governo venezuelano acusa Macron de seguir uma linha de actuação que é «cópia fiel do governo supremacista dos Estados Unidos», violando o «princípio da livre determinação dos povos e o da não intervenção nos assuntos internos dos estados soberanos».
É inaceitável que Macron questione «a legitimidade, idoneidade e transparência dos poderes públicos e as instituições consagradas na Constituição» da Venezuela, acusa o Ministério, que exorta as autoridades do país europeu a orientar as relações bilaterais com base no «diálogo construtivo e respeitoso».
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