A mobilização do 1.º de Maio em Curitiba, capital do estado do Paraná, reuniu cerca de 40 mil pessoas, segundo revela o Portal Vermelho, que a caracteriza como inédita, em virtude de ter sido promovida pelas sete principais sindicais brasileiras, além de diversos movimentos populares.
As reivindicações fundamentais, aqui como nos restantes actos unitários realizados por todo o Brasil, centraram-se na defesa dos direitos dos trabalhadores – que têm sido atacados pelo governo golpista de Michel Temer – e na denúncia da perseguição movida a Lula da Silva, que está preso na sede da Polícia Federal do Paraná desde o dia 7 de Abril deste ano.
O acto público que teve lugar no Centro da capital paranaense contou com a participação de representantes da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Nova Central de Trabalhadores, da União Geral dos Trabalhadores (UGT), da Força Sindical, da Intersindical e da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB).
«Unidade sindical, unidade da esquerda»
Falando sobre o carácter unitário da mobilização, Adilson Araújo, presidente da CTB, afirmou que isso «é fruto da maturidade política», acrescentando que, neste momento, para além da unidade sindical, é fundamental «a unidade da esquerda».
Carmen Foro, vice-presidente da CUT, também destacou a unidade sindical. «Até as centrais sindicais que têm divergências políticas se juntaram em defesa de Lula. O Brasil está todo aqui. É revolucionário. Temos uma pessoa presa injustamente aqui que merece toda essa movimentação. Querem Lula fora da disputa. Essa é a principal razão», disse, citada pelo Portal Vermelho.
Por seu lado, Manuela D’Ávila, deputada estadual gaúcha e pré-candidata do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) à Presidência da República, destacou, na sua intervenção, que Curitiba se tornou a «capital da resistência».
«É um 1.º de Maio de muita resistência. Curitiba tem sido no último período a capital da resistência dos trabalhadores e das trabalhadoras do Brasil. Curitiba é símbolo da resistência porque aqui está preso o maior líder popular do Brasil. Curitiba é a nossa resistência porque aqui está preso o primeiro presidente operário desse país. Não é pouca coisa», frisou.
Primeiro Dia do Trabalhador sem Lula
O líder da bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta, lembrou que, este ano, Lula da Silva completa 50 anos de filiação no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (São Paulo). O deputado frisou, igualmente, que este é o primeiro Dia do Trabalhador em que o ex-presidente não participa.
Em todo o caso, Pimenta valorizou a mobilização unitária em Curitiba como «uma enorme demonstração de apoio do movimento popular e sindical» ao ex-presidente. «De certa maneira, cada um aqui está fazendo um esforço para atender ao que Lula pediu: representar a voz dele», salientou.
Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores sem Tecto (MTST) e pré-candidato à Presidência pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), considerou a participação de diferentes forças políticas e populares neste 1.º de Maio como «uma vacina contra o avanço da cultura do ódio».
«Vivemos um surto de violência fascista, a mesma escalada que matou Marielle, que atacou o acampamento de defesa do Lula, que promoveu a prisão arbitrária dele. Neste momento, temos que estar juntos», defendeu, citado pelo Brasil de Fato.
Em protesto contra a ofensiva do governo Temer e exigindo a liberdade de Lula da Silva, houve actos públicos e manifestações por todo o Brasil, neste 1.º de Maio, nomeadamente em vários pontos do estado de São Paulo, no Rio de Janeiro, em Brasília, no Recife, em Salvador, em Porto Alegre, Fortaleza, São Luís do Maranhão e Belém do Pará.
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